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Sobe para 145 o nº de mortos pela chuva no Rio

7 abr 2010 - 12h23
(atualizado em 8/4/2010 às 07h22)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

Moradores e bombeiros buscam por desaparecidos após um deslizamento em Santa Rosa, na cidade de Niterói
Moradores e bombeiros buscam por desaparecidos após um deslizamento em Santa Rosa, na cidade de Niterói
Foto: Luis Pinheiro / Especial para Terra

Um dia após a chuva histórica que atingiu o Rio de Janeiro entre segunda e terça-feira, o número de vítimas fatais aumentou para 145, segundo boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros. Todos foram vitimados por deslizamentos de terra decorrentes da chuva. Ainda há desaparecidos e esse número pode continuar a aumentar.

Segundo o Corpo de Bombeiros, Niterói foi o município mais atingido, com 79 mortes. O Rio de Janeiro tem pelo menos 46 vítimas e São Gonçalo, 16. Outros municípios que registraram mortes por causa das chuvas foram Petrópolis, na Região Serrana, Magé e Nilópolis, na Baixada Fluminense, e Paulo de Frontin, no sul do Estado.

As buscas devem continuar no decorrer da noite e madrugada caso a chuva não atrapalhe, segundo informou o Corpo de Bombeiros. Geradores foram levados para os locais onde trabalham as equipes de emergência.

A capital teve um dia sem aulas e de transtornos no trânsito. Os alunos da rede estadual e municipal, no entanto, devem retornar na quinta-feira, segundo informaram as secretarias de Educação do município e do Estado do Rio.

Em Niterói, município onde houve o maior número de vítimas devido aos deslizamentos de terra, as equipes de resgate, que contavam com 300 bombeiros, não conseguiam atender a todos os pedidos de socorro. Até as 17h, pelo menos seis pessoas continuavam soterradas na Travessa Beltrão, em Santa Rosa. O resgate de moradores, assim como o dos cinco corpos já retirados do local, foi feito por voluntários da própria comunidade.

"A solidariedade faz parte do nosso espírito. A coisa foi tão rápida. A gente passou a noite cavando. Foi terrível", disse Dalto Santana, que retirou dos escombros o amigo Djae. A esposa de Djae, que estava em uma das sete casas arrastadas pela lama, ainda não havia sido encontrada.

Dalto afirmou que seus braços estavam cansados, mas que ele não ia parar de procurar. Com 68 anos de idade, ele afirmou que só viu deslizamentos como aquele nas chuvas de 1966, quando pessoas morrerem.

Junto com Dalto, cerca de 30 pessoas da comunidade trabalhavam remexendo a lama e os escombros. Lilian Cavalcanti, da associação de moradores, afirma que a ajuda demorou muito para chegar e estava inconformada com a atuação das autoridades. "Eles se preocupam muito em fazer reuniões. A gente quer que eles mandem ajuda. Se eu não tivesse ido até a prefeitura hoje, ninguém teria vindo aqui", afirmou ela.

Às 15h, uma viatura da PM levou três cães farejadores ao local para ajudar nas buscas. Logo depois, voltou a chover forte. Niterói sofre com 1.100 desabrigados e 30 pontos de deslizamento, segundo a prefeitura. Cinco bairros continuavam sem luz até o fim da tarde. Além de Niterói, que entrou em estado de calamidade pública ainda na noite de segunda, a prefeitura de Itaboraí declarou situação de emergência. São Gonçalo também sofre com a falta de luz.

Na manhã desta terça-feira, os prefeitos de 12 municípios das regiões atingidas pela chuva estiveram reunidos com o governador Sérgio Cabral e com o ministro da Integração Nacional, João Santana. Foi anunciada ação conjunta dos governos para oferecer ajuda à população. O governador voltou a alertar para que moradores de áreas de risco deixem suas casas.

Previsão

Segundo informações da agência meteorológica Climatempo, a previsão para o decorrer da noite e madrugada é de chuva fraca com ventos de até 50 km/h. Na quinta-feira, o mar deve ficar agitado com ondas de até 4 m.

O tempo chuvoso e a entrada do ar polar baixaram a temperatura no Rio. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 15,6ºC no Alto da Boa Vista, bairro da capital fluminense mais ou menos a 350 m acima do nível do mar. Nas áreas baixas, esta quarta-feira amanheceu com temperatura em torno dos 19ºC. A forte massa de ar polar continua atuando sobre o Sudeste do Brasil nos próximos dias e vai manter as temperaturas baixas à noite e no começo da manhã. Novos recordes poderão ser estabelecidos até o sábado.

Estragos e mortes

A chuva que castigou o Rio de Janeiro entre os dias 5 e 6 de abril deixou pelo menos 145 mortos, mais de 135 feridos, alagou ruas, causou deslizamentos e destruição no Estado. O Serviço de Meteorologia do Rio registrou no período o maior índice pluviométrico da cidade desde que começou a medição, há mais de 40 anos: 288 mm.

Com informações de O Dia e das agências EFE, Reuters e Agência Brasil.

Fonte: Especial para Terra
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