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Advogado diz que Sean Goldman está em cárcere privado nos EUA

3 abr 2010 - 17h04
(atualizado em 4/4/2010 às 22h27)
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Vagner Magalhães
Gonçalo Valduga
Direto de São Paulo

Uma decisão da Justiça de Nova Jersey tomada na última quinta-feira proibiu a visita da avó materna do garoto Sean Goldman, que deixou o Brasil em dezembro para viver com o pai David Goldman, após uma longa batalha judicial. Segundo o advogado Ricardo Tostes, que defende a família brasileira do menino, Sean está em uma espécie de "cárcere privado" nos EUA, sem poder se comunicar com sua família brasileira.

Sean embarca em dezembro de 2009 para os EUA após longa batalha judicial
Sean embarca em dezembro de 2009 para os EUA após longa batalha judicial
Foto: AP

"Desde que ele foi levado do Brasil, a avó não conseguiu mais vê-lo. Ela está nos EUA há três semanas, mas a visita não será possível", disse. Segundo o advogado, Silvana Bianchi, avó do menino, retorna amanhã ao Brasil. "Vou me reunir com ela para que possamos tomar uma decisão sobre o que vamos fazer", diz.

Tostes afirma que a decisão da Justiça americana foi tomada mesmo depois da avó ter ido aos EUA e tentado de todas as maneiras um acerto amigável com o pai de Sean. O advogado disse que, durante uma reunião entre a avó e David Goldman, um psicólogo que cuida do menino considerou necessária para Sean a visita dos parentes.

"A ação no Brasil continua e esta atitude da juiza americana reforça a tese de que é indispensável que o menino seja ouvido para manifestar a sua vontade. É o que estamos defendendo no Supremo Tribunal Federal brasileiro", afirmou.

Entenda o caso

David Goldman, o pai biológico de Sean, lutou para ter a guarda do filho desde a morte de sua ex-companheira, a brasileira Bruna Bianchi Carneiro. A briga pela guarda começou em 2004, quando Bruna deixou Goldman para uma suposta viagem de férias de duas semanas com o filho ao Brasil. Eles viviam na cidade de Titon Falls, Estado de New Jersey (EUA). Ao desembarcar no País, contudo, Bruna telefonou ao marido avisando que o casamento estava acabado e que não voltaria aos Estados Unidos.

A partir disso, foi travada uma batalha judicial pela guarda do garoto, na época com 4 anos. No Brasil, a Justiça reconheceu o divórcio pedido por Bruna sem a concordância de Goldman. Diante das leis americanas, eles permaneciam casados. Livre do compromisso com Goldman, Bruna se casou novamente com o advogado João Paulo Lins e Silva, mas no parto do segundo filho ela morreu, em 2008.

Diante da ausência da mulher, David Goldman veio ao Brasil na tentativa de levar o filho de volta aos Estados Unidos. Desde então, ele brigou pela guarda do garoto nos tribunais brasileiros, contra o padrasto de Sean e seus avós maternos.

Fonte: Redação Terra
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