Rio: mulheres relatam casos de estupros na Ilha do Governador
Recentes ataques de estupradores têm levado medo às mulheres que moram ou trabalham na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Há relato de abusos no entorno do Terminal de Cargas do Galeão e em residências de Bancários e na Praia da Bandeira.
A polícia pede que as vítimas registrem as agressões para avançar nas investigações e prender os suspeitos. Um deles, segundo testemunhas, ainda saqueia a casa das vítimas após o estupro.
O homem que ronda o Terminal de Cargas aborda funcionárias em um carro preto e usa uma faca para intimidá-las. As mulheres só deixam o trabalho em grupos ou pedem para os maridos buscá-las.
Uma delas foi atacada no domingo de Carnaval. "Estamos entregues à própria sorte", afirmou a moça. Outra também teria sido atacada nos últimos dois meses.
Ela e colegas reclamam da escuridão à noite e da falta de policiamento. "A base aérea é área militar, mas a Aeronáutica nada faz para nos ajudar", disse a vítima.
Outra funcionária afirmou ter escapado semana passada. Ao ver um homem em um carro parecido com o descrito nos relatos, correu de volta para o escritório. "A Aeronáutica, em vez de ajudar, fecha a rua em frente ao prédio e nos obriga a dar uma volta enorme tarde da noite por ruas escuras e desertas", disse a mulher.
Comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar (Ilha), o tenente-coronel Silvestre de Araújo garantiu reforço no patrulhamento na região. "Colocamos uma viatura na área de trânsito das funcionárias. Nosso Serviço Reservado também está agindo para tentar identificar suspeitos", afirmou Araújo.
Na Delegacia do Aeroporto Tom Jobim e na 37ª Delegacia de Polícia (Ilha), a falta de registros dificulta o trabalho dos investigadores. Araújo reforça que as vítimas e testemunhas não tenham medo de prestar queixa.
O comandante do batalhão do bairro acrescentou que o trailer da PM na Linha Vermelha, que hoje está em más condições, será substituído por uma unidade maior e blindada em breve.
Tráfico e milícia caçam os estupradores
Os ataques não se restringem ao Terminal de Cargas. Há relatos sobre um homem que invade residências para assaltá-las e, quando encontra mulheres sozinhas, aproveita para estuprá-las. Houve casos no dia 3, em Bancários, e no dia 8, na Praia da Bandeira. No primeiro, a vítima foi surpreendida quando amamentava o filho.
A polícia tem informações de que o tráfico e a milícia do bairro também estão atrás dos suspeitos. Há "ordem de execução" no morro do Dendê, que seria reduto de Fernandinho Guarabu, e na favela do Boogie Woogie, dominada por paramilitares.
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