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Polícia

Caso Glauco: testemunha achou que assassino estava brincando

15 mar 2010 - 17h52
(atualizado às 19h04)
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Gabriela Voskelis
Direto de Osasco

Após prestar depoimento na Polícia Civil de Osasco, João Pedro Correa da Costa, testemunha do assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e do filho dele, Raoni, disse que pensou, no momento do crime, que tudo se tratava de um trote, já que os envolvidos eram pessoas conhecidas. "Quando cheguei ao local, pensei que se tratava de uma brincadeira, por ter reconhecido rostos familiares. Quando eu percebi que estava realmente em perigo, que não era trote, entrei no banheiro e salvei minha vida", disse o jovem à imprensa.

A testemunha afirmou que ouviu de seu esconderijo, além dos oito tiros que mataram Glauco e seu filho Raoni, outros três tiros, que teriam sido dados para o ar. Disse, ainda, que Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 24 anos, e Felipe de Oliveira Iasi deixaram o local juntos.

"Se o rapaz tivesse fugido (antes) eu não tinha nem visto ele. E eu vi o vulto, não o rosto, mas um vulto", afirmou. A testemunha observou também a rapidez com que tudo aconteceu. Segundo ele, o tempo entre a chegada de Raoni e os assassinatos não foi maior que 30 segundos.

"Eu vi o rapaz atirar a sangue frio e percebi que é uma pessoa que sabia atirar e que tinha premeditado aquilo", disse. "Estou muito abalado e muito triste. Meus dois melhores amigos morreram, meus pais espirituais", afirmou Costa.

Entenda o caso

O cartunista e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada de sexta-feira, dia 12 de março, com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco (SP). Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.

Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.

Fonte: Redação Terra
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