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Polícia

Suspeito de matar Glauco revendeu maconha para fugir, diz PF

15 mar 2010 - 12h52
(atualizado às 13h23)
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Joyce Carvalho
Direto de Curitiba

A Polícia Federal (PF) em Foz do Iguaçu, região oeste do Paraná, divulgou no início da tarde desta segunda-feira que Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, que confessou ter assassinado o cartunista Glauco Villas Boas e o filho, Raoni, afirmou em depoimento que comprou e revendeu maconha, ainda em São Paulo, para conseguir o dinheiro da fuga para o Paraguai. Ele foi preso nesta madrugada após furar uma blitz no posto da Polícia Rodoviária Federal que fica a 10 km da fronteira.

A Polícia Federal vai pedir um exame toxicológico de Nunes, que aparentava estar transtornado no momento da prisão. Com ele foram encontrados 2,5 g de maconha, quantidade que o classificou como usuário da droga. Ele está em uma cela isolada para a preservação de sua integridade, dentro da delegacia da PF em Foz do Iguaçu.

Nunes também vai responder por tentativa de homicídio de um policial federal, que ficou ferido no braço durante a perseguição ocorrida no domingo. Segundo o delegado José Alberto Iegas, a tentativa de homicídio do policial fará com que o suspeito permaneça em Foz do Iguaçu. Ele confirmou que a transferência de Nunes para São Paulo depende de uma decisão da Justiça Federal local.

Entenda o caso

O cartunista Glauco e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada de sexta-feira, dia 12 de março, com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco (SP). Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.

Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.

Carlos Eduardo Nunes foi preso em Foz do Iguaçu (PR)
Carlos Eduardo Nunes foi preso em Foz do Iguaçu (PR)
Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo / Futura Press
Fonte: Especial para Terra
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