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Polícia

Cartunista Glauco e filho são mortos a tiros em casa em SP

12 mar 2010 - 08h12
(atualizado às 17h34)
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O cartunista Glauco Villas Boas, 53 anos, e o filho Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos a tiros na madrugada desta sexta-feira na residência da família, no bairro de Santa Fé, em Osasco (SP). Segundo a Polícia Militar (PM), os dois chegaram a ser encaminhados ao hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Cartunista Glauco é morto em assalto na Grande SP:

Inicialmente, a polícia trabalhava com a possibilidade de assalto, o que foi descartado no decorrer da investigação pelo delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, da Delegacia Seccional de Osasco. Segundo o delegado, um dos suspeitos, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, teria aparecido na casa de Glauco, onde tinha livre acesso por frequentar cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, possivelmente para "pedir conselhos". O jovem também fez menção de se matar em frente a Glauco e o cartunista tentou impedir a ação, de acordo com o delegado. A polícia ainda desconhece o número de criminosos que participaram da ação.

Segundo o advogado do cartunista, Ricardo Handro, Glauco negociou com os criminosos para deixar a mulher e a enteada em casa. O filho do cartunista, Raoni, chegou no local quando o pai deixava a residência acompanhado dos bandidos. O jovem teria discutido com os criminosos na tentativa de proteger o pai. Foi nesse momento em que os dois foram baleados.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), o crime ocorreu por volta de 0h30 e Glauco e o filho foram baleados quatro vezes cada um. A SSP afirma que três homens, que estavam em um Gol cinza, foram responsáveis pelas mortes. Uma testemunha teria reconhecido um dos assassinos. A placa do carro não foi anotada.

Glauco começou nos anos 70 no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP), com a tira Rei Magro e Dragolino. O cartunista se preparava pra prestar vestibular para engenharia, mas foi levado pelo jornalista Hamilton Ribeiro para o Diário. Em 1977, ano seguinte ao qual recebeu uma premiação no Salão de Humor de Piracicaba, estréia na Folha de S.Paulo com tiras esporádicas, ganhando espaço diário em 1984.

Na Folha, desenvolveu os personagens Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse. Fez parte do elenco de redatores da TV Pirata e de alguns quadros do programa infantil TV Colosso, ambos da Rede Globo.

Músico, também tocou em bandas de rock. Para o público infantil, leitor do suplemento semanal Folhinha criou o personagem Geraldinho, que é uma versão light (no traço e na temática) do seu personagem Geraldão.

Lançou ainda, em parceria com os cartunistas Angeli e Laerte, companheiros da revista Chiclete com Banana, os Los Três Amigos, personagens imorais e com histórias sarcásticas, que aparecem tanto na Folha quanto em publicações próprias.

Velório

O velório de Glauco e do filho será na casa da família, em Osasco. O cartunista era sócio-fundador da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime. No terreno da residência, há um local de culto.

A Doutrina do Santo Daime é uma prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia toda as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.

Com informações do JB Online.

Fonte: Redação Terra
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