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Fórum Social quer defesa do planeta como prioridade em 2010

29 jan 2010 - 16h17
(atualizado às 17h44)
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O Fórum Social Mundial terminou hoje decidido a fazer a ONU firmar um acordo em defesa do planeta em novembro de 2010, quando será realizada uma cúpula da ONU no México. Após o fracasso da Cúpula sobre Mudanças Climáticas de Copenhague, os grupos do fórum vão se reunir de 19 a 22 de abril na Cúpula Mundial de Movimentos Sociais sobre a Mudança Climática, convocada pelo presidente boliviano Evo Morales para que "os povos" influenciem nas políticas de redução do aquecimento global.

O embaixador boliviano diante da ONU, Pablo Solón, agradeceu hoje o apoio das organizações reunidas no Fórum em Porto Alegre e declarou que "não é possível permitir que o capitalismo termine de acabar com o planeta". Segundo ele, "os direitos da humanidade só poderão ser garantidos se forem respeitados os direitos da Mãe Terra" e "se conseguirmos frear a lógica de destruição do capitalismo".Sólon também denunciou que os países mais desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos, "insistem em destinar mil vezes mais recursos para o financiamento de guerras que para reduzir o aquecimento global".

O fracasso da Cúpula de Copenhague reativou a agenda ecológica do Fórum Social, que em seus dez anos de existência agitou as bandeiras da defesa do meio ambiente. As divergências no seio do movimento contra a globalização impediram que o Fórum Social elaborasse propostas unitárias e concretas nesse e em outros assuntos.

Os desentendimentos foram criticados pelo sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, que insistiu ao Fórum Social que supere suas diferenças e apresente alternativas às propostas do capitalismo na próxima reunião, no México. "O Fórum Social esteve em Copenhague, mas com suas organizações dispersas não apresentou propostas como deveria. No México não pode ser assim e o movimento deve chegar articulado, com alternativas e unido sob uma mesma bandeira", disse de Sousa Santos à agência Efe.

Os cinco dias de debates em Porto Alegre foram a primeira grande atividade do ano do Fórum Social Mundial, que em 2010 realizará eventos similares em 37 países. Durante a reunião de Porto Alegre, o fórum também manifestou solidariedade com as vítimas do terremoto que arrasou Haiti no dia 12 de janeiro e criticou a invasão militar americana no país. "O Haiti precisa de solidariedade, médicos e técnicos que trabalhem na reconstrução do país com uma mão amiga e não com armas", expressou o Fórum por meio de documento divulgado ao final.

Em 2011, o Fórum Social será realizado no Dacar, capital do Senegal.

EFE   
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