PUBLICIDADE

Política

Dilma evita criticar Chávez e alerta sobre eleição no Chile

25 jan 2010 - 14h35
(atualizado às 14h50)
Compartilhar

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, evitou nesta segunda-feira criticar as recentes medidas nacionalizantes do governo venezuelano. Por outro lado, tentou dissociar o governo Luiz Inácio Lula da Silva da administração do presidente Hugo Chávez. Ela disse também que a volta da direita ao poder no Chile provoca uma reflexão em relação à disputa presidencial que ocorrerá neste ano no Brasil.

Segundo a ministra, cada presidente governa de acordo com a realidade de seu país. "Não há similaridade entre o governo Lula e o presidente Chávez. Ele (Chávez) é o presidente da Venezuela", afirmou em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. "A Venezuela é um país simples, que tem o petróleo como 40% da economia", disse.

Pré-candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma afirmou que nem mesmo os desafios dos dois países são iguais. "Eles (venezuelanos) têm suas características e propostas que não coincidem com os nossos em vários aspectos. Os problemas da Venezuela não têm similaridade com os nossos", isse.

A ministra também não quis polemizar sobre a intervenção na mídia local pelo governo venezuelano. No domingo, cumprindo determinação do governo, empresas de tevê a cabo suspendessem a transmissão do sinal da RCTV, uma rede crítica de Chávez.

"Não cabe a mim criticar ou não. Se ele faz isso, é em função da problemática dele... o governo do presidente Lula jamais pensou em controlar a mídia", afirmou, embora tenha admitido que dentro do governo haja correntes que defendam um maior controle dos meios de comunicação.

Chile

A ministra da Casa Civil disse ainda que a volta da direita ao poder no Chile provoca uma reflexão em relação à disputa presidencial que ocorrerá neste ano no Brasil. "A eleição do Chile pode colocar alguma preocupação para o Brasil sobre a importância de uma união entre a centro-esquerda. Lá, eles foram desunidos", disse a ministra ao ser questionada se temia que a popularidade do presidente Lula não fosse transferida em votos para ela, assim como aconteceu no Chile entre a presidente Michelle Bachelet e seu candidato, Eduardo Frei.

Frei foi derrotado por Sebastián Piñera, que retomou o poder para a direita depois de 20 anos. A ministra da Casa Civil disse que o ex-presidente Eduardo Frei governou o país andino durante uma grave crise econômica, o que pode ter fragilizado a sua candidatura.

Já Bachelet, disse Dilma, ganhou popularidade devido à sua boa administração no pós-crise.

Dilma pode enfrentar nas urnas o deputado Ciro Gomes (PSB), que também representa um partido de esquerda. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), da oposição, lidera as pesquisas de intenção de voto. A eleição ocorrerá em outubro.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade