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Novos empreendimentos na Amazônia ameaçam sobrevivência dos índios

14 jan 2010 - 17h45
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A instalação de novos empreendimento na Amazônia gerou consequênciastrágicas e irreversíveis para os povos indígenas da região. É o querevela publicação inédita da Organização das Nações Unidas (ONU) sobrea situação dos mais de 370 milhões de índios no mundo, divulgada hoje(14) no Rio de Janeiro e em várias capitais.

Emborao relatório não cite a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e deSanto Antônio, em Porto Velho, alerta que há relatos de índiosisolados vivendo na região, que estão sendo dizimados por doençastratáveis como malária, pneumonia e varíola.

O documento atacao avanço desordenado de "infraestruturas da globalização" e lembra quea instalação de grandes usinas, como a Hidrelétrica de Tucuruí, nadécada de 1980, gerou "um aumento dramático" dos casos de malária. Noperíodo, também foi registrado crescimento da incidência de doençascomo oncocercose (cegueira dos rios) e esquistossomose.

NaAmazônia peruana, o relatório cita os impactos com a exploração depetróleo e gás (Projeto Camisea) desenvolvido pela Shell Oil, também nadécada de 1980. O contato de trabalhadores da empresa com a populaçãolocal trouxe tosse, varíola e gripe, matando 50% da comunidadetradicional.

Além das enfermidades trazidas com as alteraçõesno meio ambiente, como os grandes alagamentos para a instalação dausinas, novos empreendimentos na Amazônia também obrigam oreassentamento de famílias, que deixam para trás, além do território,tradições e relações seculares com o lugar e formas de subsistência.

"Gruposindígenas dispersados anteriormente foram forçados a viver emassentamentos, onde eram expostos a novas doenças, como infecçõesintestinais e gripes", afirma o relatório, que aponta também a carênciade assistência médica adequada e a falta de vacinação regular.

Durantea divulgação do relatório, o líder Marcos Terena, articulador doComitê Intertribal - Memória e Ciência Indígena (ITC), disse que, paraminimizar os problemas provocados por esses empreendimentos, os índiosquerem ser consultados sobre os impactos das instalações em suasterras, como determina a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitosdos Povos Indígenas.

"A ONU trabalha para que os bancos definanciamento e organismos multilaterais como o Banco Mundial Bird eo Banco Interamericano de Desenvolvimento BID sejam obrigados aestabelecer mecanismos de consulta e diálogo com os povos indígenaspara levar em conta a opinião deles. Isso vai ajudar na garantia dosdireitos humanos", concluiu Terena.

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Agência Brasil Agência Brasil
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