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Polícia

Advogado é preso por pedofilia na internet em São Paulo

13 jan 2010 - 22h01
(atualizado às 22h33)
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Cláudio Dias
Direto de Araraquara

A Polícia Federal (PF) de Araraquara prendeu nesta quarta-feira, durante a operação Osso Rico, desencadeada em nível nacional, um advogado trabalhista suspeito de envolvimento com pedofilia na internet. O acusado, que teria cerca de 50 anos, não estava em casa e foi encontrado por agentes federais em férias no litoral paulista.

Ele descansava com a família na praia de Boraceia, em Santos, e foi detido em uma pousada por agentes da PF santista. Além dele, outras três pessoas foram presas em Porto Alegre, Osasco e Brasília.

O delegado da PF Jackson Gonçalves disse que o advogado mantinha em casa alguns vídeos que mostram imagens de adolescentes fazendo sexo. A investigação, iniciada em julho de 2009, apontou que, através do computador dele, teriam sido enviados, baixados e armazenados vídeos com conteúdo pornográfico.

O caso será apurado pela perícia. A descoberta do advogado de Araraquara é consequência de uma investigação iniciada na Espanha com a prisão de um peruano suspeito de integrar uma rede mundial sobre o tema.

Com o peruano, a polícia espanhola descobriu vídeos compartilhados de vários países, entre eles, Rússia, China, Estados Unidos, Itália, Alemanhã, entre outros, através do programa "E-mule". Desses, 1,6 mil usuários foram identificados através dos IPs (registro físico dos computadores), sendo 11 do Brasil.

Um dos arquivos, de acordo com a PF, teria sido enviado pelo advogado de Araraquara. O advogado chegou na polícia por volta das 19h30 de carro e sem algemas. Ontem, na casa dele, os federais apreenderam 12 HDs e 95 mídias, entre CDs e DVDs.

Peritos analisaram parcialmente alguns deles e encontraram imagens sexuais com crianças. "Por enquanto, não encontramos nada que mostre a participação ativa dele nos vídeos e sim tudo indica que ele baixa e, depois, compartilha pela internet", disse o delegado.

Na casa ainda havia uma arma calibre 22 que também gerou um flagrante de posse ilegal. O advogado foi detido e preso por crime de pedofilia, conforme está previsto pelo artigo 241-B, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A pena por armazenar arquivo é de um a quatro anos de reclusão. Porém, a pena pode ser aumentada caso a perícia confirme o envio dos arquivos. Neste caso, segundo o delegado, a pena sobe para quatro a oito anos.

José Luiz Ultramari, presidente da 5ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), acompanhou a PF na busca residencial e nos depoimentos. Ele disse que precisava tomar conhecimento da investigação para, depois, comentar o fato e ver qual punição poderia ser aplicada.

Fonte: Redação Terra
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