Lula não quer bate-boca e diz que anistia é tema da Justiça
Após críticas entre ministros ao Plano Nacional de Direitos Humanos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou lei do silêncio sobre o caso. Lula considerou graves as discussões e vai pedir à equipe mais cautela e menos bate-boca pela imprensa. O presidente retoma nesta segunda-feira os trabalhos após 11 dias de descanso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com o jornal O Globo, Lula teria considerado um erro a inclusão no plano de assuntos relacionados à Lei de Anistia. O presidente teria afirmado a auxiliares que o tema deve ser tratado exclusivamente pela Justiça e que a crise poderia ter sido evitada caso o assunto tivesse sido excluído do texto.
O plano recebeu críticas da Igreja Católica, das Forças Armadas e membros do Executivo, como o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que disse que as medidas propostas aumentam a insegurança jurídica no campo e fortificam determinadas organizações, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Lula teria ficado contrariado, principalmente, com a afirmação do secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, de que é um "fusível removível" no governo. Vanucchi ameaça deixar o cargo caso o plano seja alterado para permitir a punição a militantes da esquerda que atuaram durante a ditadura militar. Entre os que criticaram o plano, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, também pôs o cargo à disposição.
