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Clubes militares atacam decreto que cria Comissão da Verdade

6 jan 2010 - 07h01
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Os presidentes dos clubes Naval, Militar e de Aeronáutica, os três com sede no Rio, concluíram ontem nota oficial que será divulgada hoje condenando a decreto presidencial que criou a Comissão Nacional da Verdade. O grupo tem o objetivo de investigar casos de tortura e estupro ocorridos na ditadura militar (1964-1985).

"Se quiserem, de forma efetiva e justa, reviver a verdade desse passado, teriam que examinar não só todos os atos praticados pelos militares à época, mas também os dos militantes que protagonizaram cenas cruéis de terrorismo, sequestros (...) crimes hoje classificados como hediondos e dos quais alguns dos autores ainda se vangloriam", escrevem os presidentes na nota de duas páginas que encerra elogiando a atual democracia.

A nota sai em meio à crise política provocada pelo decreto e sob rumores de pedido coletivo de demissão dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim. Os comandantes se queixam que o decreto excluiu de novas investigações os crimes cometidos pelos militantes de esquerda. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que resolver o impasse tão logo volte de suas férias.

A nota será divulgada em meio a outra crise nos quartéis. Relatório hierarquizando os candidatos a fornecer novos caças à Aeronáutica foi publicado pelo jornal 'Folha de S. Paulo', dando suposta preferência ao fabricante sueco. Mas ele não foi confirmado pela Força Aérea. O texto contrariaria orientação do próprio Lula segundo a qual a avaliação técnica da Aeronáutica não apontará "vencedor" entre fabricantes.

Fonte: O Dia
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