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Avó manda carta a Lula dizendo que Sean quer ficar no País

22 dez 2009 - 17h05
(atualizado às 17h08)
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A avó do menino Sean Goldman, 9 anos, Silvana Bianchi, afirmou em carta aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a criança deseja permanecer no Brasil. Silvana disputa a guarda de Sean com o pai do menino, o americano David Goldman, depois que a mãe da criança morreu.

No documento, Silvana se diz ameaçada de perder seu neto "por conta de uma pressão internacional que não leva em consideração o interesse de uma criança de 9 anos, que deseja ardentemente permanecer no meio daqueles que lhe deram conforto na morte da mãe". Segundo a avó materna da criança, as decisões judiciais que determinaram a entrega de Sean em 48 horas ao consulado americano "não levaram em consideração a vontade expressa" de seu neto de permanecer no Brasil.

"Alegaram que a Convenção de Haia determina a entrega imediata. Não sou advogada, mas o que sei é que a Convenção estabelece como prioridade máxima o interesse da criança. E a criança não foi ouvida", disse.

Para Silvana, a tentativa de tirar uma criança de 9 anos do convívio da família com a qual vive há cinco anos ininterruptamente, "justamente na véspera do Natal, representa uma desumanidade".

A avó de Sean ainda argumenta que a cultura brasileira valoriza o papel da mãe. "Na ausência da mãe, a criação incumbe à avó. Assim é em todo o Brasil, de norte a sul, independentemente de raça, cor, religião ou classe social. É natural que estrangeiros, com formação diferente, não entendam esses sentimentos tão autenticamente brasileiros."

Silvana encerra o documento pedindo a Lula que seja concedida à família a oportunidade de entregar pessoalmente ao presidente as manifestações escritas por Sean.

Entenda

David Goldman é o pai biológico de Sean e luta para ter a guarda do filho desde a morte de sua ex-companheira, a brasileira Bruna Bianchi Carneiro. A briga pela guarda começou em 2004, quando Bruna deixou Goldman para uma suposta viagem de férias de duas semanas com o filho ao Brasil. Eles viviam na cidade de Titon Falls, Estado de New Jersey (EUA). Ao desembarcar no País, contudo, Bruna telefonou ao marido avisando que o casamento estava acabado e que não voltaria aos Estados Unidos.

A partir disso, foi travada uma batalha judicial pela guarda do garoto, na época com 4 anos. No Brasil, a Justiça reconheceu o divórcio pedido por Bruna sem a concordância de Goldman. Diante das leis americanas, contudo, eles permaneciam casados. Livre do compromisso com Goldman, Bruna se casou novamente com o advogado João Paulo Lins e Silva, mas no parto do segundo filho ela morreu.

Diante da ausência da mulher, David Goldman veio ao Brasil na tentativa de levar o filho de volta aos Estados Unidos. Desde então, ele briga pela guarda do garoto nos tribunais brasileiros, contra o padrasto de Sean e seus avós maternos.

Fonte: Terra
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