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Política

Com trocas de acusações, eleição do PT racha partido em MG

6 dez 2009 - 16h10
(atualizado às 16h44)
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Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

Realizado neste domingo em 625 municípios de Minas Gerais, o segundo turno do Processo de Eleição Direta(PED) para a presidência do PT no Estado se transformou em uma guerra onde as principais armas são as acusações entre os dois candidatos e seus apoiadores. Os ânimos exaltados se justificam, segundo a militância petista, porque o resultado poderá servir de prévia para a escolha do candidato do partido para o governo estadual em 2010.

De um lado, está o grupo que apoia o deputado federal Reginaldo Lopes para o seu segundo mandato e que tem ainda o ex-prefeito Fernando Pimentel como o pré-candidato para disputar o governo do Estado em 2010. De outro, o bloco liderado pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, também interessando na sucessão do governador Aécio Neves. Para a presidência do PT mineiro, Patrus apoia o secretário nacional de Comunicação do partido, Gleber Naime.

O principal articulador do bloco Lopes/Pimentel é o também deputado federal Virgilio Guimarães, que chamou Naime de pitbull do Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), que reagiu e disparou contra Guimarães: "se ele acho que eu sou o pitbull do Delúbio, ele é o cão-guia do Marcos Valério. Eles são amigos de infância e foi o Virgilio Guimarães quem apresentou o Marcos Valério para a direção nacional do PT", rebateu Naime.

O deputado federal Reginaldo Lopes também acusou o adversário de "desagregador, sectário e que vai promover a desunião do partido e a derrota do candidato ao governo no ano que vem".

Naime disse que os ataques só servem para "impedir a unidade do partido", que, segundo ele, está dividido porque o ex-prefeito Fernando Pìmentel se aliou nas eleições municipais do ano passado ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves, nome forte do PSDB, partido de oposição do governo Lula.

O ministro Patrus Ananias disse que as atitudes agressivas dos integrantes do bloco de Reginaldo Lopes são devido à derrota na eleição proporcial do diretório do partido, no 1º turno. "Nós mostramos que o PT é um partido vivo, democrático, ninguém é dono do PT. Ganhamos este processo, vencemos o 1º turno, quando havia uma certa arrogância que dizia que seríamos derrotados por uma grande diferença de votos," afirmou.

Patrus reafirmou que disputará com Fernando Pimentel, independentemente do resultado do PED, as prévias do partido para a escolha do candidato ao governo mineiro. O ex-prefeito de Belo Horizonte também afirmou que não deixará a disputa caso o candidato dele, Reginaldo Lopes, não vença a eleição deste domingo.

Os dois lados também denunciam supostas fraudes na votação em três municípios. Cada candidato acusa o outro de irregularidades. O deputado estadual Durval Angelo, que integra a equipe de articulação de Reginaldo Lopes, disse que nas cidades de Senador Amaral e Espirito Santo do Dourado, no sul do Estado, às 8 h da manhã, horário de abertura da votação, já haviam 132 votos para o candidato Gleber Naime.

O próprio Patrus Ananias saiu em defesa da chapa de Naime: "em São João das Missões (norte de MG), no 1º turno, não houve eleição e apareceram mais de 120 votos para o candidato adversário", disse. "O deputado Durval Angelo denunciar fraude é estranho. Ele é uma fraude em si mesmo", afirmou Naime.

A votação nos 625 municípios mineiros termina às 17h. A previsão é a de que até a próxima terça-feira a apuração esteja concluída e novo presidente do PT mineiro seja conhecido. No primeiro turno, Reginaldo Lopes teve 47,44% dos votos válidos e Gleber Naime, 38,06%

Fonte: Terra
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