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Política

Relator recomenda que OAB-DF peça impeachment de Arruda

3 dez 2009 - 21h01
(atualizado às 21h18)
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Keila Santana
Direto de Brasília

O relator do processo de impeachment do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), e do vice-governador Paulo Octávio na Ordem dos Advogados do Brasil recomendou nesta quinta-feira a abertura de processo de cassação a ser protocolado na Câmara Legislativa do DF.

O relator João Pedro Ferraz dos Passos disse que Arruda agiu com falta de decoro e vê indícios fortes de responsabilidade por todo o esquema de cobrança e distribuição de propina.

"Fica evidente a próxima relação entre o governador Arruda e Durval Barbosa, ainda que ao tempo em que Arruda era deputado, e evidencia que essa relação se pautava por práticas escusas a título de propina para financiar campanha eleitoral e outros interesses não revelados. Não é razoável a movimentação de altos valores em espécie e não convence as explicações do governador à imprensa", disse o advogado.

O relator se baseou nos depoimentos que constam no inquérito da Polícia Federal e leu trechos das descrições dos vídeos em que o governador conversa com o ex-secretário Durval Barbosa sobre a distribuição do dinheiro arrecadado das empresas prestadoras de serviços ao governo do Distrito Federal.

"Tais circunstâncias revelam que Arruda conhecia as habilidades de Durval para recolhimento de propina junto as empresas prestadoras de serviços e pretendia continuar com a prática de arrecadação junto as empresas, por isso o manteve em cargo de confiança", disse João Pedro Ferraz.

O relator também afirmou que os indícios apontam para o envolvimento criminoso do vice-governador do Distrito Federal. "Não é razoável concluir que todas as denúncias envolvendo grande parte do governo e empresas do GDF tenham ocorrido sem a ciência do vice-governador. A sua participação foi mencionada inúmeras vezes por Durval Barbosa", disse. "Não é razoável supor que todos esses fatos ocorridos nas entranhas do GDF não fossem do conhecimento do vice-governador. Tudo isso já induz, no meu entendimento, o crime de responsabilidade."

Segundo o advogado João Pedro Ferraz, os fatos são de extrema gravidade e nenhuma manifestação até agora foi capaz de refutar as provas colhidas pela investigação.

"Em outro vídeo, o empresário Humberto Lucena é obrigado a pagar pedágio ao vice Paulo Octávio, recebendo R$ 660 mil, e no vídeo Lucena escreve esses valores em papel", disse.

Fonte: Terra
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