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Política

Temer vê 2010 como motivo para denúncias

3 dez 2009 - 13h18
(atualizado às 13h34)
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Keila Santana
Direto de Brasília

O presidente da Câmara, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), atribuiu à disputa eleitoral de 2010 as denúncias envolvendo o nome dele e de outros deputados do PMDB no suposto recebimento de dinheiro do mensalão do DEM em Brasília. Temer é cotado para compor a chapa da ministra Dilma Rousseff como vice na campanha à presidência da República.

Temer evita dizer nomes que estariam armando para prejudicar a aliança PMDB-PT, mas disse que a disputa eleitoral foi antecipada. "Pode ser. Sem colocar a questão da vice, mas como se fala nisso, é possível que seja. Eu não saberia dizer (a motivação), não tenho razões concretas dessa vilania", disse Temer.

O nome de Michel Temer é citado em gravações que fazem parte do inquérito da Polícia Federal, onde Durval Barbosa, ex-secretário do governador José Roberto Arruda (DEM), conversa com o dono do jornal Tribuna do Brasil, Alcir Collaço, acertando a distribuição de dinheiro a parlamentares do PMDB. São citados ainda os deputados Henrique Eduardo Alves (RN), Eduardo Cunha (RJ) e Tadeu Filipelli (DF).

O presidente Michel Temer disse que já tomou medidas jurídicas contra Alcir Collaço, que cita o nome dele na lista de recebedores do mensalão."Hoje já tomei medidas concretas. Já acionei os advogados e estamos com petições prontas para entrar com uma queixa crime aqui em Brasília", disse.

Temer também repetiu as explicações sobre a suspeita de ter recebido doações ilegais da empreiteira Camargo Correa. Um documento apreendido pela Polícia Federal em março, na Operação Castelo de Areia, lista o nome do deputado, junto com outros 200 políticos, que seriam destinatários de doações de caixa dois da empresa.

Michel Temer atribui as acusações à posição política que ele ocupa no cenário nacional e no PMDB. "É porque sou presidente da Câmara. As perspectivas de futuro podem gerar esses tipos de desajustamentos. Não sei qual a razão objetiva de tudo isso", disse.

"Não há nenhuma doação ilegal. O que foi doado foi declarado oficialmente. Quero dizer em letras garrafais: trata-se de uma infâmia, de uma coisa vil, de gente vil que usa o nome das pessoas para chamuscar o seu prestígio", afirmou.

Entenda o caso

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste fim de semana, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Terra
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