PF prende 10 policiais envolvidos com caça-níqueis em MG
- Ney Rubens
- Direto de Belo Horizonte
A Operação Safári III, da Polícia Federal (PF) em Belo Horizonte, prendeu, na manhã desta quinta-feira, 15 pessoas acusadas de pertencerem a uma quadrilha especializada na exploração de máquinas caça-níqueis na cidade e região metropolitana. Destes, oito são policiais civis e dois militares. Um agente da Polícia Civil está foragido. Também foram apreendidos 12 carros, inclusive um Lamborghini e um Volvo, além de um caminhão carregado com máquinas caça-níqueis.
A operação vai persistir ao longo do dia. Até o final da manhã, restavam seis mandados de prisão a serem cumpridos. De acordo com a PF, o bando é composto por 11 policiais, além de quatro líderes da organização, dois gerentes gerais, dois subgerentes, um laranja e uma contadora. A quadrilha é acusada de corrupção passiva, corrupção ativa, contrabando e lavagem de dinheiro.
O delegado que comandou a ação explicou que "essas organizações criminosas são fortíssimas e que estão atuando, inclusive com repercussões em outros estados. São organizações criminosas que visam o lucro e que geralmente deparam em dificuldades no exercício das suas atividades. E aí que elas contam com a força de alguns policiais travestidos de alguma função pública que passam informações para grupo criminoso impedindo ação dos órgãos de segurança e até mesmo prestando proteção ao grupo criminoso", disse.
"Realizamos esta operação com o aval das corregedorias das polícias militar e civil, que foram informadas das investigações", diz Freitas. A operação é continuidade das Operações Safári e Safári II, desencadeadas nos dias 22 de outubro e 10 de novembro de 2009 e que acabaram com a prisão em flagrante de 21 pessoas pelo crime de contrabando.
As investigações duraram um ano e, segundo a PF, foram identificados os principais responsáveis pelos negócios e seus executores. Os presos foram conduzidos para a Superintendência Regional de Polícia Federal em Belo Horizonte, onde prestam depoimento.