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Índios dizem que há garimpeiros em terra indígena em Roraima

2 dez 2009 - 15h17
(atualizado às 15h27)
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Uma equipe da Polícia Federal (PF) será a responsável, até a próxima sexta-feira (4), por observar e sobrevoar a Terra Indígena Yanomami localizada emRoraima. A ação é resultado de um pedido feito pela Fundação Nacionaldo Índio (Funai) no estado que recebeu denúncias de indígenas sobre a permanência e atuação de garimpeiros na região.Os invasores estariam ameaçando diretamente as comunidades indígenas,aproximando-se das casas, roubando suas plantações e promovendo intensamovimentação de aeronaves nas proximidades do local.

A superintendência daPolícia Federal em Roraima informou que, até omomento, não foi constatada a existência de garimpo nolocal, mas que há indícios da prática da atividade na terra indígena.Além da presença de garimpeiros, os índios também denunciam o uso dearmas de fogo por essas pessoas. A denúncia partiu da HutukaraAssociação Yanomami (HAY).

De acordo com o documento elaborado pelaHAY, no último dia 22, garimpeiros dispararam tiros contra yanomamis da comunidade Hoyamoú, região de Hakoma, no RioMucajaí. Os indígenas pedem providênciasurgentes e alegam que "a situação tende a piorar rapidamente se osórgãos competentes não tomarem as providencias necessárias para acabarcom o garimpo na Terra Indígena Yanomami".

Ocoordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito Joséde Souza, disse que a instituição ainda não foi comunicada oficialmentesobre o caso e que aguarda o retorno da equipe da Polícia Federal parasaber mais detalhes.

"Ainda não temos certeza sobre o querealmente está acontecendo no local. Eu estava viajando e só a partirde hoje vou me inteirar mais sobre o assunto", declarou.

Denúnciassobre a presença de garimpeiros em terras yanomami tem sido comunicadas pelos indígenas às autoridades que podem auxiliar na identificação e resolução doproblema desde 2005.

Segundo o Instituto SocioAmbiental (ISA), a invasão degarimpeiros agravou-se em 2009, impulsionada pelo alto preço do ouro nomercado internacional. Para a direção do ISA, a situação é inquietanteporque relembra os antecedentes da "corrida do ouro dos anos 1980 emRoraima, que matou 15% da população yanomami e culminou com o triste ecélebre massacre de Haximu em 1993".

Agência Brasil Agência Brasil
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