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Política

Com 4 deputados no DF, PT recorrerá à Justiça contra Arruda

29 nov 2009 - 14h22
(atualizado às 15h28)
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A opção do PT de encaminhar as investigações e o processo de afastamento do governador José Roberto Arruda (DEM) pelos trâmites do Judiciário se deve ao ceticismo do partido com a vontade política da Câmara Legislativa de realmente levar as investigações atéo fim.

No universo de 24 deputados distritais, o PT tem quatro parlamentares e contabiliza hoje apoio de mais três: Reguffe (PDT), Jaqueline Roriz (PMN), que é filha do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), e do corregedor da Casa, deputado Brunelli (PSC), também ligado ao ex-governador.

Para a investigação de crime de responsabilidade do governador Arruda ser acatada, são necessários 16 votos em Plenário, ou seja, dois terços da Casa. Para o processo de quebra de decoro ser acatado, são necessários 13 votos, ou seja maioria simples.

Além disso, pelos trâmites, a investigação e um possível processo de impeachment durariam em média 120 dias, o que jogaria a fase decisória para as vésperas da eleição.

"O PT solicitará mesmo assim as investigações, mesmo sabendo que nada ésumário", disse a vice-presidente da Comissão de Ética da Casa, deputada Erika Kokay.

Para ela, só uma mobilização social intensa seria capaz de sensibilizar os deputados sobre a necessidade de investigar. "As experiências de CPI que conseguimos instalar nessa legislatura foram frustrantes. A da Saúde não deu em nada, a CPI Digital nem consegue se reunir por falta de quórum e a CPI foi enterrada viva", afirmou."Não são experiências muito boas".

"Na Comissão de Ética percebemos que muitos deputados invocavam, o tempo todo, prudência e cautela. São dois sentimentos que também defendemos que precisam existir, mas a necessidade de investigação é primeira", disse. "Se houver uma grande mobilização popular, talvez os parlamentares fiquem sensibilizados."

Erika Kokay informou também que a assessoria do partido ainda está analisando detalhadamente o processo e que estuda a apresentação de trêsações: o pedido de CPI, uma representação à mesa diretora, pedindo investigação de crime de responsabilidade do governador Arruda e dos secretários citados no processo, além de uma representação por quebra de decoro contra os deputados que teriam recebido dinheiro.

A representação sobre a quebra de decoro, que atinge somente os parlamentares, ainda está em avaliação, porque o inquérito cita mais quatro deputados, além dos quatro que foram alvo dos mandados de busca e apreensão cumpridos na última sexta-feira pela Polícia Federal na operação Caixa de Pandora: Eurides Brito (PMDB), Leonardo Prudente (DEM), Rogério Ulysses (PSB) e Pedro do Ovo (PMN). Entre os oito deputados citados no processo, dois seriam suplentes.

Agência Brasil Agência Brasil
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