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Pobreza cai no RS e atingirá 4% em 2030, diz estudo

27 nov 2009 - 10h20
(atualizado às 11h13)
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Fabiana Leal
Direto de Porto Alegre

Cerca de 4% da população gaúcha (530 mil pessoas) viverão na linha da pobreza em 2030, segundo pesquisa realizada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) e divulgada nesta sexta-feira pela Secretaria de Justiça e do Desenvolvimento Social do governo do Rio Grande do Sul. Em 2008, o Estado tinha 1,82 milhão de pessoas que viviam na linha de pobreza, ou seja, 17% da população tinha renda domiciliar per capita de R$ 724 por mês. No mesmo ano, 5% dos gaúchos (500 mil pessoas) viviam em extrema pobreza, com salário mensal de R$ 87,57.

O estudo, que avaliou dados entre 1992 e 2008, aponta que o ritmo do crescimento econômico - com a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) - foi o principal fator de redução da pobreza aliado ainda à queda da natalidade e ao aumento da escolaridade.

"A principal variável (para a redução da pobreza) é o desempenho da economia, porque isso gera oportunidades de trabalho. E a segunda grande variável é a escolarização, pois as pessoas que estavam na escola há 10 anos, hoje estão no mercado de trabalho. Então, aumenta a produtividade e a economia acaba se beneficiando disso também", afirmou o presidente da FEE, Adelar Fochezatto.

Segundo a pesquisa, o perfil do pobre gaúcho é jovem, pardo ou preto, tem muitos filhos, pouca escolaridade e mora no meio rural.

Para o secretário da Justiça e do Desenvolvimento Social, Fernando Schüler, erradicar a pobreza será um desafio tão grande quanto foi o desafio de erradicar a escravidão no século XIX.

Além de ser um problema básico de direitos humanos, pois o pobre deixa de fazer a escolha de uma carreira, não usufrui da vida cultural, não tem oportunidade de educação e perde a sua vocação, a pobreza é um custo social, de acordo com Schüler.

De acordo com o secretário, 90% dos jovens da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (Fase) são pobres, de 80% a 90% dos apenados no sistema prisional do Estado são pobres e quase a totalidade dos usuários de crack no Rio grande do Sul são pobres. "O Estado gasta hoje comprando leitos para os dependentes e tem um custo enorme com a violência. Um interno da Fase custa quase R$ 8 mil por mês. É um custo brutal que a sociedade precisa pagar", disse.

Se o governo provisse com 0,8% do PIB - o equivalente a R$ 301 por mês - cada uma das 443,9 mil famílias que vivem abaixo da linha da pobreza no Estado, elas passariam para uma faixa considerada acima dessa linha.

Como isso não é viável, Schüler afirma que, se o governo ampliar a infra-estrutura urbana, a qualificação profissional, o combate de patologias sociais e apostar no planejamento familiar para reduzir a taxa de natalidade entre famílias de menor renda, esse processo da erradicação da pobreza poderá ser feito em menos anos.

Fonte: Terra
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