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Guarani Kaiowá ocupam terra tradicional à espera de demarcação no Mato Grosso do Sul

25 nov 2009 - 18h46
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Cerca de 280 indígenas da etnia Guarani Kaiowá - entre eles, 30 crianças - ocuparam nesta madrugada uma área próxima ao município deCoronel Sapucaia no sul de Mato Grosso do Sul. Desde 2005,os indígenas vivem na beira da Rodovia MS-289 (que ligaAmambai a Coronel Sapucaia).

De acordo com o líder Guarani Kaiowá Avakuarici, "o governo sabe da situaçãodos índios" e a comunidade espera que a FundaçãoNacional do Índio (Funai) e o Ministério Públicotomem uma posição sobre a demarcação daárea. "Estamos reivindicando a presença dosantropólogos", disse Avakuarici afirmando que "os índios não sairãomais da área".

Segundo o ConselhoIndigenista Missionário (Cimi), trata-se da "retomada"da terra tradicional Kurussu Ambá, onde em 2007 a rezadeira Julite Lopes, 70 anos, teria sido assassinada porseguranças particulares da Fazenda Madama. O conflito pelaterra também teria resultado nas mortes dos indígenasOsvaldo Lopes (maio de 2009) e Ortiz Lopes (janeiro 2007).

Os Guarani Kaiowásão os índios brasileiros que mais sofrem com mortesviolentas. No ano passado, ocorreram 42 assassinatos e 34 casos desuicídio entre os indígenas. O Cimi afirma que boaparte dessas mortes foram consequência da diminuiçãode terras e da concentração de índios em áreaslimitadas, o que força o convívio entre famíliasinimigas e potencializa as tensões

O Cimi espera que aFunai conclua o trabalho de identificação da áreapara futura demarcação. "O prazo para conclusãodo laudo de identificação já passou", cobrou ocoordenador regional do Cimi, Egon Heck. Segundo ele, fazer aocupação "foi a única alternativa para trazerresultados para o reconhecimento".

Egon Heck afirma que a ocupação é uma espécie de pressão pela demarcaçãoe que os indígenas "esperam e acreditam que o governo federal eo Ministério Público garantam o direito à terratradicional".

Em setembro deste ano, a Agência Brasil publicou uma série de matérias denunciando a situção dos índios Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul.

Agência Brasil Agência Brasil
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