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Brasileiro lê um livro por ano, revela pesquisa

21 nov 2009 - 10h33
(atualizado às 11h00)
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Um levantamento do Instituto Pró-Livro confirma que o brasileiro lê pouco. São 77 milhões de  não leitores, dos quais 21 milhões são analfabetos. Já os leitores, que somam 95 milhões, leem, em média, 1,3 livro por ano. Incluídas as obras didáticas e pedagógicas, o número sobe para 4,7 ainda assim baixo. Os dados estão na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com 5.012 pessoas em 311 municípios de todos os estados em 2007.

"Olivro é pouco presente no imaginário do brasileiro", explica o diretordo Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dosSantos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a população lê, emmédia, 11 livros por ano. Já os franceses leem sete livros por ano,enquanto na Colômbia, a média é de 2,4 livros por ano. Os dados, de2005, são da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacionaldos Editores de Livros (Snel), que integram o Instituto Pró-Livro.

Detalhesdos hábitos do brasileiro relacionados ao livro, revelados na pesquisa,atestam esta afirmação. O levantamento considera como não leitoresaqueles que declararam não ter lido nenhum livro nos últimos três meses, ainda que tenha lido ocasionalmente ou em outros meses do ano.

Entreos leitores, 41% disseram que gostam muito de ler no tempo livre,enquanto 13% admitiram que não gostam. Também entre os 95 milhões deleitores brasileiros, 75% disseram que sentem prazer ao ler um livro,mas 22% sustentaram que leem apenas por obrigação.

Com asestatísticas nas mãos, Fabiano dos Santos diz que há dois caminhos apercorrer para fazer do Brasil um país de leitores: ampliar o acesso aolivro e investir na formação de leitores.

A pesquisa Retratos daLeitura no Brasil sugere que a maior influência para a formação dohábito da leitura vem dos pais, o que explica o fato de que 63% dosnão leitores informaram nunca terem visto os pais lendo.

Poroutro lado, o levantamento sugere que o hábito de ler é consolidado naescola e quanto maior o nível de escolaridade, maior o tempo dedicado àleitura. Entre os entrevistados com ensino superior, há apenas 2% denão leitores e 20% disseram que dedicam entre quatro e dez horas por semana aos livros. Este índice cai para 12% entre estudantes do ensino médio.  

"Éem casa e na escola, que os leitores são formados. Depois dos pais, osprofessores são os maiores incentivadores, mas poucos têm a experiênciada leitura. E, neste caso, fazer do aluno um leitor é uma mágica", dizo diretor do Livro do Ministério da Cultura.

O professor deLiteratura Dilvanio Albuquerque considera que o desinteresse dobrasileiro pelos livros não pode ser atribuído apenas à família e àescola. "O problema é mais amplo. Não podemos falar que a culpa é dainstituição, seja ela familiar ou escolar, porque, na verdade, oproblema é cultural".

Para o professor, até entre osuniversitários, o hábito da leitura não é comum, inclusive nos cursosem que o contato com a escrita é fundamental. "Normalmente auniversidade não oferece um bom acervo. Moramos em um país em que oslivros são caros e de difícil acesso", disse.

Agência Brasil Agência Brasil
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