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Presídio informará sobre saúde de Battisti 3 vezes por semana

19 nov 2009 - 17h52
(atualizado às 18h28)
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Fabiana Leal
Direto de Porto Alegre

O Centro de Internamento e Reeducação (CIR), do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, irá informar de três em três dias ao senador José Nery (Psol-PA) as condições de saúde do italiano Cesare Battisti, que está preso no local desde 2007. O senador esteve no presídio por cerca de 1 hora e 30 minutos nesta tarde e fez a solicitação formalmente ao diretor do CIR, Márcio Marquez de Freitas, que deferiu o pedido. Segundo Nery, Battisti tem hepatite B, que pode se complicar devido à greve de fome.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira por cinco votos a quatro autorizar a extradição de Battisti. Porém, deixou nas mãos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão de cumprir a extradição.

Battisti, ex-ativista do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), foi condenado à prisão perpétua na Itália em 1983 por supostamente ter coordenado o assassinato de quatro pessoas entre 1977 e 1979. Ele foi preso em março de 2007 no Rio de Janeiro e o governo italiano pediu sua extradição em maio do mesmo ano. Sob o argumento de "fundado temor de perseguição", o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu status de refugiado político ao italiano em janeiro. O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) havia dado parecer contrário ao refúgio.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, o boletim com o estado de saúde de Battisti será enviado nas segundas, quartas e sextas-feiras diretamente para o parlamentar.

Battisti está debilitado, mas com ânimo, afirmou o senador. "Emagreceu 9 kg em sete dias. Ele tem tontura e certa confusão mental. Ontem, foi escrever e não conseguiu completar a frase. Está com dificuldades de quem já está há sete dias só tomando água."

Ontem, os diretores do complexo penitenciário se reuniram com Battisti para determinar que ele não ficaria mais em cela individual. Desde a decisão, ele já está com outro preso, de acordo com Nery. Na conversa, também ficou acertado que se o seu estado de saúde se agravar, ele não esconderá e informará à direção.

Greve de fome

O senador disse que Battisti não tem nenhuma disposição para atentar contra a própria vida neste momento. Entretanto, "se for necessário, levará a greve de fome até o fim, até a morte".

O italiano disse ao parlamentar que não permitirá que seja entregue aos seus carrascos na Itália. "Ele quer o acolhimento do Brasil no que pode ser garantido pela decisão do presidente da República. Se a decisão levar muito tempo, que a (greve de fome) o leve à morte."

Battisti disse ao senador que manterá a greve de fome, não em desafio ao presidente ou como qualquer tipo de arrogância, mas pelo fato de ela ser o único instrumento que tem para tentar preservar a própria vida. Battisti afirmou ainda que tem muita convicção na manutenção do seu direito de refugiado e que espera com muita confiança a decisão de Lula.

Fonte: Terra
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