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Ato em SP pede que Lula questione Ahmadinejad sobre direitos

15 nov 2009 - 18h13
(atualizado às 19h12)
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Peter Fussy
Direto de São Paulo

Uma manifestação contra a visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que deve chegar ao País no próximo dia 23, reuniu cerca de 2 mil pessoas na tarde deste sábado, em São Paulo, de acordo com a Polícia Militar. Flávio Rassekh, um dos organizadores do evento, pediu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva questione Ahmadinejad sobre as violações de direitos humanos no Irã.

Manifestação reuniu cerca de 2 mil pessoas em São paulo
Manifestação reuniu cerca de 2 mil pessoas em São paulo
Foto: Ivan Pacheco / Terra

"Não temos nada contra o governo iraniano. Todos os países assinaram a carta de direitos humanos. Alguns acham que ela pode ser relativizada. Nós não. Estamos todos pedindo para que o governo brasileiro questione o governo iraniano: é correto executar crianças e adolescentes? Organizar perseguições por motivações religiosas? Perseguir mulheres?", afirmou.

O protesto ocorreu na praça dos Arcos, no fim da avenida Paulista, e foi agitado pela batucada de um grupo de inclusão social, além de discursos de líderes de alguns dos 50 grupos da sociedade civil que formam a Frente pela Liberdade no Irã (FLI). Embora a organização seja formada por diversas crenças e raças, a grande maioria dos presentes no ato eram judeus.

Crianças com quipás circulavam e membros da Juventude Judaica Organizada tentavam se livrar das centenas de folhetos sobre as "verdadeiras" razões da visita do líder iraniano ao País. Ahmadinejad afirmou recentemente que o Holocausto, nome pelo qual ficou conhecida a perseguição e assassinato de milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial, seria um mito.

Uma moção de repúdio às declarações, assinada pelo deputado Bruno Covas, foi distribuído durante o evento. "Tal assertiva deve ser veementemente repelida pelo Estado brasileiro, no sentido de que cessem todos os atos que insistem em afirmar que o Holocausto não tenha existido e se inicie um processo de diálogo com os líderes judeus e iranianos para solução pacífica desta questão", afirmou o deputado na nota.

O clima de certa descontração em uma tarde quente na capital paulista era contrastado pelo semblante sério da zen budista An Ju, que carregava em silêncio uma bandeira com as cores do budismo e dizeres contra a violência pintados com tinta preta em pequenas toalhas de mesa. "O ódio faz parte de uma moeda com dois lados. Pedimos para que Ahmadinejad venha aprender com o povo brasileiro a respeitar os direitos. Este é o outro lado", afirmou a discípula da monja Coen.

Também participaram do protesto representantes de organizações que lutam contra a discriminação aos homossexuais, da cultura afro-descendente e do Conselho Parlamentar pela Cultura de Paz da Assembléia Legislativa (Conpaz). Além de São Paulos, estavam previstos ainda protestos em Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Goiânia, Manaus, Belém, Rio Branco e Porto Velho.

Fonte: Terra
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