Base governista terá ampla maioria em CPI do MST
- Marina Mello
- Direto de Brasília
A base aliada ao governo vai ocupar a maior parte das vagas da CPI mista criada para investigar denúncias de desvio de verbas repassadas pela União a entidades ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Como a composição de uma CPI é feita de acordo com o número de parlamentares que cada partido possui, PT, PMDB e os partidos aliados vão ocupar cerca de 20 vagas dos 36 cargos de titulares e suplentes.
A perspectiva é de que os governistas indiquem 11 senadores e 12 deputados para compor a comissão, enquanto a oposição (DEM, PDSB e PPS) deverá indicar seis senadores e cinco deputados.
Partidos menores, como Psol e PSC deverão ter o direito de indicar nomes para as vagas remanescentes. Mas, como o Psol faz oposição ao governo e apoia o MST, ainda não se sabe qual será a postura da legenda na comissão.
Se a simpatia do Psol pelo MST for mantida na CPI, pode-se dizer que o governo terá mais um parlamentar a seu lado, ficando com 24 apoiadores entre as 36 vagas totais.
O governo vai seguir o princípio da maioria para ocupar ainda os principais cargos da CPI. O PMDB tem as maiores bancadas tanto na Câmara quanto no Senado, mas a expectativa é de que se articule um acordo para que PT e PMDB ocupem a presidência ou a relatoria da CPI.
Feita a divisão de cargos de acordo com as bancadas, caberá aos líderes fazerem suas indicações. Hoje eles devem ser comunicados oficialmente sobre a criação da CPI e, a partir de então, terão o prazo de cinco sessões para indicar os membros de suas legendas que deverão integrar a comissão.