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Política

PMDB não deve impor aliança eleitoral com PT nos Estados

21 out 2009 - 03h00
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Em meio à polêmica em torno da suposta antecipação de campanha por parte da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, nas fileiras governistas e a oficialização da aliança entre PT e PMDB para as eleições presidenciais de 2010, fechada em um jantar realizado na noite dessa terça-feira, líderes peemedebistas sinalizaram que a parceria não significará, de forma alguma, a imposição de uma chapa PT/PMDB no Estados.

Lideranças do PMDB e PT deixam o jantar após acordo de aliança
Lideranças do PMDB e PT deixam o jantar após acordo de aliança
Foto: Reuters

De acordo com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), nos casos em que os dois partidos são adversários políticos, como na Bahia e no Rio Grande do Sul, as divergências serão respeitadas.

"A solução encaminhada, e mais respeitosa, nesse caso, são dois palanques. Um para a Dilma e outro para o vice do PMDB", afirmou Alves. Ainda segundo ele, após o pré-compromisso que será firmado em âmbito nacional nessa terça-feira, os partidos irão cuidar da questão estadual com "obstinação". "Porque esse é o maior patrimônio do PMDB, são as lideranças estaduais", disse.

O líder não quis confirmar se o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), será o vice da chapa, mas admitiu que Temer era o nome mais provável.

"Vamos esperar a reunião de hoje. Pode ser, pode não ser, mas é natural que, como presidente da legenda, ele é o nome que mais agrega", afirmou.

A estratégia do grupo favorável a uma aliança com o PT é fechar o acordo rapidamente com o partido para tentar impedir o crescimento das dissidências dentro da legenda. Além de Lula, a expectativa era de que participassem do jantar Temer, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e outros integrantes da cúpula dos dois partidos.

Favorável à aliança com o PT, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que o apoio a Dilma deveria ser selado para manter a união entre os dois partidos.

"Não teria justificativa, nem política nem moral, para (o PMDB) negar-se a participar das eleições que vem (com o PT)", afirmou Sarney. Apesar do avanço dado ontem em relação a uma aliança à nível nacional, o grupo contrário à parceria com o PT já deflagrou uma espécie de "campanha" entre os diretórios estaduais da legenda que resistem à união nacional com o PT. Os dissidentes peemedebistas apostam nos impasses regionais como forma de amenizar os efeitos práticos da aliança com o partido.

"O tempo não favorece a eles, favorece a nós (dissidentes). Temos que procurar os descontentes, as pessoas que conhecem a história do PMDB. Isso é coisa do Lula. No fundo, é transformar o partido num satélite do PT. Em acho (a aliança) uma precipitação", disse o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

O deputado federal e possível candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PSB-CE), ironizou nesta terça-feira a aliança entre PT e PMDB em torno da candidatura da ministra Dilma. Aliado do governo, o deputado disse esperar que o PMDB "entregue o apoio prometido" e que os "motivos da aliança" possam ser claros para o eleitorado.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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