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Política

MP inocenta Richa em investigação de desvio para campanha

14 out 2009 - 19h29
(atualizado às 20h09)
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Roger Pereira
Direto de Curitiba

O procurador regional eleitoral do Paraná, Néviton de Oliveira Batista Guedes, inocentou o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), do crime de compra de apoio dos candidatos a vereador pelo PRTB que desistiram de disputar a eleição para apoiar a sua candidatura à reeleição e de envolvimento direto nas irregularidades cometidas pelo Comitê Lealdade, formado pelos dissidentes do partido em apoio ao tucano.

Guedes, no entanto, apontou arrecadação e gastos não contabilizados pelo Comitê Lealdade, o que pode configurar caixa 2 na campanha tucana. O parecer de Néviton, concluído ontem, foi encaminhado nesta quarta-feira ao Tribunal Regional Eleitoral.

A investigação do Ministério Público Eleitoral teve início em junho deste ano, após a divulgação de um vídeo em que os ex-candidatos a vereador pelo PRTB apareciam recebendo dinheiro e assinando notas frias após terem desistido de disputar a eleição para apoiar Richa, pois o PRTB fechou aliança com outro candidato à prefeitura, Fábio Camargo (PTB). Segundo o parecer, não ficou comprovado o envolvimento do prefeito no crime eleitoral.

O procurador concluiu que ficou comprovado o pagamento em dinheiro, realizado pelo comitê aos ex-candidatos a vereador do PRTB. Recursos que, segundo os depoimentos, foram utilizados para a campanha de Beto Richa, e não para compra de apoio.

No entanto, tais recursos não foram registrados na prestação de contas da campanha do tucano. Assim, Guedes requereu ao TRE o arquivamento do caso em relação ao prefeito Beto Richa, mas encaminhou os autos à promotoria eleitoral do Ministério Público do Paraná para dar prosseguimento às investigações sobre o caixa 2.

"Não há dúvida de que, no Comitê Lealdade, realizaram-se arrecadação e despesas não contabilizadas na campanha do candidato Beto Richa, que de pronto e sem qualquer dúvida revelam-se ilícitas", diz o parecer. "O fato de aqui se excluir a responsabilidade penal do prefeito não se exclui eventual responsabilidade eleitoral pelos fatos ocorridos múltiplas vezes no referido Comitê Lealdade."

O coordenador financeiro da campanha de 2008, Fernando Guinhone, afirmou, na época da denúncia, que o Comitê Lealdade era independente e que, por isso, não se tinha controle sobre sua movimentação financeira, não podendo, assim, declará-la à Justiça Eleitoral. A assessoria de imprensa do Ministério Público do Paraná informou que seus procuradores ainda não tiveram acesso ao parecer.

Fonte: Terra
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