Veleiro de R$ 100 mil encalhado é alvo de saques em SC
- Fabricio Escandiuzzi
- Direto de Florianópolis
Um veleiro argentino avaliado em R$ 100 mil permanece há onze dias encalhado numa das mais movimentadas praias de Florianópolis, em Santa Catarina. A embarcação atrai a atenção de curiosos e já se transformou em alvo de saques na Barra da Lagoa, localizada na região leste da cidade.
No último dia 1 de outubro, o veleiro Iemanjá não suportou a forte chuva que atingia Santa Catarina e encalhou próximo da praia. O vento e o mar muito agitado fizeram com que o argentino Cristian Federico Chaina, 40 anos procurasse se aproximar da costa para ancorar.
A embarcação acabou arrastada pela correnteza e encalhando na areia, próxima à arrebentação, a menos de 20 metros da praia. O argentino usou um apito para pedir socorro a populares.
Chaina havia deixado a Argentina no último dia 20 de setembro e seguiria para a cidade de Angra dos Reis, no litoral fluminense. Sozinho no barco, o professor de Educação Física havia planejado realizar mergulhos pela costa brasileira. Com o acidente, ele aguarda há dez dias que a companhia de seguros avalie o veleiro para que ele possa enfim, ser retirado do mar.
O problema é que em 11 dias no tempo, a estrutura já teve vários objetos roubados, como um radar, um rádio e um aparelho de GPS. Mesmo tendo encalhado diante de um posto de salva-vidas da praia, não existem funcionários que trabalhem no local durante a noite, o que estaria facilitando as invasões.
"É muito triste, o barco já era porque ele está cheio de areia e água lá dentro", diz o pescador Marco Antônio Livramento, 39 anos. "Tem roupas espalhadas e até uma bicicleta ali, que já está coberta de água. A gente que mora no bairro até fica de olho para que as pessoas não levam nada, mas de noite não há o que fazer".
No feriadão, o barco se transformou numa atração à parte na praia da Barra da Lagoa. Muitos banhistas fotogravam o veleiro encalhado e alguns chegaram a se arriscar a visitar seu interior. A estrutura, de quase 5 toneladas, apresenta uma grande rachadura no casco e bastante água e areia em seu interior.
De acordo com a Capitania dos Portos de Santa Catarina, o barco deverá ser retirado nesta semana, após a avaliação da seguradora e apresentação de um plano para o resgate da estrutura, de modo que o combustível não comprometa o meio ambiente. A operação deverá ser realizada somente quando a maré estiver baixa.