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Lançada campanha para jovens contra violência doméstica

1 out 2009 - 17h58
(atualizado às 18h15)
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A motorista Fernanda Silveira de Oliveira tinha 16anos quando começou a sofrer agressões do marido, naépoca com 18 anos. Foram dez anos de violência atéque resolveu larga-lo. Fernanda nunca denunciou as agressões.Segundo ela, era muito jovem, não sabia a quem recorrer etinha medo que os pais soubessem que apanhava do companheiro.

Hoje, Fernanda, com 48 anos, sabe que existeminstrumentos importantes para punir os homens que agridem suascompanheiras, como a Lei Maria da Penha. Ela tem plena consciênciada importância de denunciar esse tipo de violência que,segunda Fernanda, atinge também os jovens casais, como foi oseu caso. "Estes dias vi uma menina no meio da rua apanhando docompanheiro. Ela deveria ter uns 14 anos e ele, 17", disse.

Na comunidade onde mora, em Mogi das Cruzes, amotorista Fernanda Silveira de Oliveira se transformou numa espécie de orientadora individual contra esse tipo de crime. Segundo ela, todas as vezes queaparece uma oportunidade aconselha as mulheres para que denunciem asagressões que sofrem de seus companheiros.

Para combater esta modalidade de violência,a Secretaria Especial de Políticas Para Mulheres lançouhoje (1º) a campanha Maltrato Zero, em parceria com a SecretariaGeral Ibero-Americana (Segib) e o apoio da Secretaria Nacional daJuventude.

Pela primeira vez, os homens aparecem em umacampanha contra a violência doméstica alertando sobre oproblema. "A violência não é um problema dasmulheres, é um problema social", afirmou a ministraNilcéa Freire.

Segundo a ministra, é importanteconscientizar os jovens - a campanha pretende atingir 150 milhõesde jovens em todo o mundo. "Cada vez mais os casais jovenstendem a resolver seus conflitos com violência". Por isso,a campanha privilegiou os rostos jovens para dialogar com estapopulação- "muitas campanhas do tipo sãodirecionadas para mulheres adultas. Queremos conversar com todas, masprincipalmente as jovens", disse.

De acordo com Nilcéa Freire, a ideia dacampanha surgiu durante a última reunião de chefes deEstado em El Salvador, no ano passado. "Outro aspecto importantedesta campanha é fazer um diálogo em todos os paísesibero-americanos", afirmou

A campanha Maltrato Zero será veiculada em21 países nos idiomas português e espanhol. Nas peçaspublicitárias, uma mulher afirma que nenhum homem em sua vidaestá acima dela. Em outro

spot

, um homem diz que "dasmulheres que fazem parte da minha vida, nenhuma será menos doque eu".

Para o secretário-geral da Segib, EnriqueIglesias, "é preciso criar a cultura de nãoviolência nestes países". Além do materialinformativo, a campanha tem também um

website

:

www.maltratozero.com

.

Para a motorista Fernanda, a campanha pode ser umbom começo no processo de conscientização. "Masacho que não depende apenas do governo. As famíliasdevem conversar com seus filhos e explicar que a violência nãoé a solução dos problemas", afirmou.

Agência Brasil Agência Brasil
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