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Polícia

Começa julgamento de Marcola por assassinato de juiz em SP

1 out 2009 - 14h34
(atualizado às 16h26)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

Começou, às 14h25 desta quinta-feira, o julgamento do suposto líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, pelo assassinato do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antonio José Machado Dias.

O assassinato ocorreu no dia 14 de março de 2003, em Presidente Prudente. Marcola, detento da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), é um dos acusados de ser o mandante do crime e não compareceu ao julgamento.

A ausência de Marcola não trará empecilhos para o julgamento, segundo a assessoria de imprensa do tribunal. Apesar de não poder ser interrogado durante a sessão, o réu terá sua defesa presente. O outro acusado de envolvimento no crime é Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola.

O crime

Marcola e Julinho Carambola, apontados como os principais líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), teriam encomendado a morte do juiz por conta da atuação rigorosa de Machado, que atuava na corregedoria dos presídios. Ambos negam envolvimento no crime.

Entre as atribuições do juiz estavam a concessão de benefícios aos presos, a realização de sindicâncias e a avaliação de pedidos dos advogados. Machado foi morto a tiros em março de 2003, logo após deixar o Fórum de Presidente Prudente, após ter o seu carro cercado por criminosos. Em novembro de 2007, Reinaldo Teixeira dos Santos, 29 anos, conhecido como Funchal, foi condenado a 30 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, por homicídio doloso. A Justiça apontou o acusado com o autor dos disparos que mataram o juiz.

Anteriormente, João Carlos Rangel Luísi, o Jonny, foi condenado a 19 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado e Ronaldo Dias, o Chocolate, a 16 anos e oito meses de prisão. Ambos também teriam participado da ação.

Durante o julgamento, que pode se estender até sexta-feira, o Fórum Criminal da Barra Funda terá vigilância reforçada. O número de policiais que estará dentro e fora do local não foi divulgado.

Coincidentemente, nesta sexta-feira, o filme Salve Geral, do cineasta Sérgio Resende, estreia em circuito comercial em todo o Brasil. O filme tem como tema central os ataques às forças policiais do Estado de São Paulo, ocorridos em maio de 2006, e que teriam sido tramados pelo PCC, do interior dos presídios. Também nesta sexta-feira, completam-se 17 anos do episódio conhecido por massacre do Carandiru, que deixou 111 presos mortos na antiga Casa de Detenção de São Paulo em 1992.

Nos ataques de 2006 - entre 12 e 20 de maio, 493 pessoas foram mortas por armas de fogo no Estado de São Paulo. Os principais alvos foram policiais militares, guardas civis metropolitanos e até bombeiros, que tiveram 46 baixas. A polícia matou pelo menos 109 pessoas que teriam reagido à prisão no período.

Fonte: Terra
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