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Michael Jackson é homenageado em Parada Gay no Pará

27 set 2009 - 19h20
(atualizado às 19h56)
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Lucy Silva
Direto de Belém

Cerca de 100 mil pessoas participaram da 8ª Parada Gay nas ruas do centro de Belém, no Pará, na tarde deste domingo. Com o tema "Um novo mundo só é possível sem machismo, racismo e homofobia", a programação teve ainda espaço para homenagear Michael Jackson. Dois homossexuais levaram uma faixa azul com a imagem do ídolo que morreu em junho.

Cerca de 100 mil pessoas participaram da 8ª Parada Gay nas ruas do centro de Belém
Cerca de 100 mil pessoas participaram da 8ª Parada Gay nas ruas do centro de Belém
Foto: Lucy Silva / Especial para Terra

"Ele era uma das maiores vítimas de preconceito e sofreu com isso até a morte - seja pela cor da pele ou pelo estilo de vida", disse Paulo Caldas, um dos fãs que prestou a homenagem.

Com o intuito de combater preconceitos, um casal de homossexuais - de 60 e 42 anos -, saiu às ruas de Belém fantasiado e de mãos dadas. A fantasia apelidada de "vai de lá, que eu vou de cá" foi inspirada em temas carnavalescos e atraiu muita gente que queria tirar fotos.

"Quero que as pessoas tenham calma com os gays porque eles também são gente", disse Paulo Ricardo, 60 anos. Seu companheiro Antônio Oliveira, 42 anos, afirmou: "A sociedade tem muito preconceito e se esquece que também fazemos parte dela e temos os mesmos direitos."

Vestida com temática indígena, a cabeleireira Rosana Rios, 18 anos, moradora da região das ilhas, disse que já foi vítima de violência por sua orientação sexual. "Fui espancada, assaltada e humilhada quando estive em São Paulo. Registrei ocorrência na polícia e nunca prenderam ninguém", afirmou.

Violência
O caso dela, segundo a organização Apolo (Grupo pela Livre Orientação Sexual) é um dos alvos de luta das entidades que defendem os direitos dos homossexuais. "Temos um dado nacional que mostra que a cada três dias um homossexual é morto. Alguns deles, de forma brutal. Tudo isso fruto do preconceito. Não estamos discutindo a questão de aceitar ou não, mas sim de respeitar", disse o coordenador da entidade, Paulo Lessa.

O coordenador da Apolo afirmou ainda que há dificuldade na investigação dos casos de violência contra homossexuais. "Muitos deles nem chegam à polícia, porque a vítima tem vergonha de relatar ou até porque tem medo que a família descubra sobre a sua condição", afirmou.

Outra questão levantada pelo coordenador do evento é a aprovação do projeto que objetiva criminalizar a homofobia. "A campanha nacional pela aprovação da PLC é antiga. Ela já passou na Câmara, mas infelizmente está empacada no Senado. Isso contribui muito para o aumento no número de casos", disse.

Segurança
Para evitar tumultos e a grande quantidade de furtos e confusões ocorridas no ano passado, a Polícia Militar dobrou o efetivo de policiais na avenida Presidente Vargas e arredores, local de realização da Parada Gay. Ao todo, 255 policiais militares fizeram a segurança no evento, que começou no início da tarde, de acordo com o comandante do policiamento metropolitano, coronel Edvaldo Sarmanho.

A Polícia Militar também orientou os participantes que evitassem o consumo excessivo de bebidas alcoólicas também como forma de reduzir ocorrências policiais. "Muita gente bebe e acaba provocando brigas e estragando o evento. Alguns vão criar confusão longe do local do evento, onde o policiamento não está concentrado. Esse é o maior problema", afirmou.

Contrariando a orientação polícia, muitos ambulantes estavam vendendo bebida alcoólica durante a Parada. Balanço parcial da PM, apontou que três pessoas foram presas acusadas de furto durante o evento.

Fonte: Especial para Terra
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