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Política

Dilma Rousseff diz que candidato sem simpatia sofre

19 set 2009 - 19h15
(atualizado às 19h55)
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A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, que um candidato à presidência da República deve, "de preferência, ser simpático e ter um jogo de cintura". Se não tiver, segundo a pré-candidata para as eleições em 2010, "a pessoa sofre".

Questionada sobre se sofreria durante uma eventual campanha, a ministra afirmou não saber. "Mas a gente sempre sofre, não dá para achar que o mundo é um paraíso, que a gente vive em um mar de rosas", completou.

Dilma disse ainda que o legado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será "crescimento econômico, inflação sob controle e o fato de termos elevado à classe média milhões de brasileiros". Ela citou ainda a criação de 11 universidades no País.

A ministra também ressaltou que o governo Lula possibilitou uma política externa diversificada, mantendo a soberania do País. Segundo ela, o "complexo de viralatas" que Nelson Rodrigues citava não existe mais. "Eu acho que o Brasil mudou. E acho que as pessoas sabem disso", falou.

A pré-candidata afirmou ainda que que o governo mais acertou do que errou. "Então, acho que, pelo menos, nós deixamos um grande legado", disse, afirmando esperar que isso seja o suficiente para eleger o sucessor.

Dilma citou também o pré-sal, uma marca "inequívoca" do atual governo, e disso que "o que as pessoas podem sonhar" foi elevado na gestão de Lula. "Nós aumentamos as possibilidades de sonhos. Então o maior legado é essa imensa esperança de hoje que esse povo tem", disse.

A ministra disse também que nunca havia imaginado disputar a Presidência - queria ser bailarina - e que isso significaria uma honra muito grande. "Eu acho, para qualquer pessoa falando do meu lado, do pessoal que está tocando o governo Lula, é uma honra. E, mais do que isso, é a continuidade disso que importa."

Sobre a atuação do governo durante a crise, a ministra afirmou que houve quem torcesse para que se ficasse "de braços cruzados". "O que se viu no mundo nos últimos tempos é que a tese do Estado mínimo é uma tese falida, ninguém aplica, só os tupiniquins. Nós somos extremamente a favor do Estado que induz o crescimento, o desenvolvimento, que planeja", afirmou.

Questionada a respeito da declaração do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso de que hoje o País não é aberto e parece que depende de um homem só, ela disse que não gosta de "polemizar" com FHC, pois ele tem "outro patamar".

"É primário ficar nessa discussão de que o governo, para não ser chamado de intervencionista, seja um governo omisso, de braços cruzados, que não se interessa por resolver as questãoes da pobreza nem do desenvolvimento econômico", afirmou.

A ministra afirmou ainda que, se o adjetivo "estatizante", atribuído ao governo, diz respeito ao "aumento da capacidade de planejar o País, de ter parcerias com o setor privado, de o Estado ter se tornado o indutor do desenvolvimento", então ele é bem aceito por ela.

Dilma negou ainda que Lula tenha cogitado tirar o presidente da Vale, Roger Agnelli, do cargo, porque isso não é uma atribuição dele. "Ele não tem poder para isso. Como você disse, é uma empresa privada", afirmou. "O que ele fez foi externar seu descontentamento com aforma que demitiram gente."

Sobre as fusões de grandes empresas ocorridas no País, a ministra considera serem "sinais dos tempos". "Ninguém falou 'eu vou ali criar uma empresa fortíssima'". As empresas estavam maduras", analisou.

Linfoma

Segundo Dilma, o câncer que enfrenta, um linfoma, mudou sua forma de ver a vida. "Você dá mais importância a coisas menores. Por exemplo, você dá mais importância ao sol batendo nas folhas, você olha o mundo com outros olhos", descreveu. "Você dá importância maior para a vida."

A ministra afirmou ainda que pretende deixar a peruca de lado assim que o cabelo crescer um pouco mais. "O que acontece, estou esperando ele crescer um pouquinho. A minha expectativa é essa, de que venha bem bonito, mas esse é um grande desafio."

Fonte: Terra
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