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Cabral pede perdão e indeniza parentes de vítimas da ditadura

25 ago 2009 - 15h45
(atualizado às 16h25)
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O governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pediu nesta terça-feira desculpas formais a 30 presos políticos torturados durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985, e às famílias de dois jovens assassinados por agentes da Polícia Militar (PM) nos anos 90.

No mesmo ato, uma comissão foi instituída, composta por membros do governo e de diversas associações civis, que será encarregada de garantir o pagamento das indenizações devidas às vítimas "até 2010", segundo Cabral. Os 30 presos políticos torturados na ditadura, ou seus herdeiros, receberão uma indenização de R$ 20 mil, e as famílias dos dois jovens mortos pela PM, R$ 90 mil, cada uma.

"O Estado do Rio de Janeiro foi conivente e cúmplice de terrorismo e de atos de brutalidade e de falta de respeito à democracia", disse Cabral, em alusão aos dois casos, durante a cerimônia na qual pediu perdão aos familiares das vítimas.

Cabral pediu perdão pessoalmente aos pais de dois jovens assassinados pela PM, em cumprimento de uma recomendação da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH), que estudou seus casos durante mais de uma década. Em 1992, durante uma operação policial na favela de Ramos, Jailton Neri da Fonseca, 13 anos, foi morto e seu corpo foi apreendido pelos agentes da PM, que exigiram uma grande quantia de dinheiro de sua mãe para devolvê-lo. Em outra incursão policial no morro da Babilônia, em 1998, os policiais insultaram, agrediram e tiraram de sua casa Wallace Almeida de Souza, 18 anos, que foi morto depois de ser arrastado pelos policiais.

O coronel Mario Sergio, comandante da PM, pediu perdão hoje pelos casos, nos quais a CorteIDH denunciou que havia "violações dos direitos humanos", e também se desculpou diante de "todas as famílias" que sofreram os "excessos de força".

EFE   
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