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Política

Após falar com Lula, Mercadante diz hoje se deixa liderança

21 ago 2009 - 05h53
(atualizado às 09h47)
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O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) deve comunicar em discurso no plenário do Senado, previsto para às 10h desta sexta-feira, seu afastamento da liderança do partido no Senado. Após a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na madrugada desta sexta-feira, o parlamentar saiu sem falar com a imprensa, informou a rádio CBN.

Senador adiou pronunciamento para hoje
Senador adiou pronunciamento para hoje
Foto: J. Freitas / Agência Senado

Interlocutores do senador disseram que a decisão do petista de deixar o cargo é irrevogável, mesmo diante de possíveis apelos do presidente Lula. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o provável substituto de Mercadante, caso ele confirme a decisão de deixar a liderança do PT, será o senador João Pedro (PT-AM).

Mercadante tomou a decisão, segundo os interlocutores, após ser desautorizado pelo partido na votação do Conselho de Ética, em que foram rejeitados os recursos contra o arquivamento das 11 denúncias e representações apresentadas contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Na manhã de ontem, Mercadante informou, por meio do site de microblogs Twitter, que faria um pronunciamento à tarde para anunciar a saída da liderança do PT no Senado. "Eu subo hoje (ontem) à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável", disse no Twitter.

Mais tarde, ainda por meio do site, o parlamentar afirmou ter recebido um telefonema do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, dizendo que Lula queria conversar pessoalmente com ele antes do anúncio de sua decisão.

Como o presidente se encontrava no RN, e só chegaria em Brasília no fim da tarde, o senador adiou seu discurso. Mercadante justificou o adiamento do discurso porque deve o encontro ao presidente, "pelos anos de militância em comum".

Divergência

Na quarta-feira, Mercadante havia dito, após os arquivamentos dos recursos contra José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética, que a crise na Casa contaminou seu partido.

O senador petista foi contra a orientação do partido e defendeu a investigação das ações contra Sarney, o que levou a insatisfação de parte da bancada e do presidente do partido, Ricardo Berzoini, com o parlamentar.

"Ao contrário dos que estão deixando o partido, saio da liderança para disputar, junto à militância, a concepção do PT que eu acredito", complementou o parlamentar, mais cedo, no microblog.

Arquivamentos

Os senadores do Conselho de Ética engavetaram, nesta quarta-feira, por nove votos a seis, os 11 recursos contra o presidente do Senado. As 11 acusações haviam sido arquivadas sumariamente pelo presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado de Sarney. Ele alegou que todas as denúncias são baseadas em notícias de jornais e nenhum documento foi anexado para embasar a acusação. A oposição recorreu dos 11 arquivamentos e, por isso, eles foram a votação nesta quarta-feira, sendo vetados definitivamente.

Desde que assumiu o comando do Senado, José Sarney é acusado de cometer uma série de irregularidades, que incluem responsabilidade na edição dos chamados atos secretos, desvio de recursos de um patrocínio feito pela Petrobras à fundação que leva seu nome, além da prática de tráfico de influência em favor do namorado de uma neta sua. O PSDB e o Psol ajuizaram, ao todo, cinco representações contra o peemedebista. Outras seis denúncias foram protocoladas pelos senadores Arthur Virgílio e Cristovam Buarque (PDT-DF).

Com informações da Agência Brasil.

Fonte: Terra
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