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Política

Mercadante diz que saída da liderança do PT é irrevogável

20 ago 2009 - 11h47
(atualizado às 13h54)
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Laryssa Borges

Direto de Brasília

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) vai fazer um pronunciamento às 15h desta tarde para anunciar sua saída da liderança do PT no Senado. Pelo site de microblogs Twitter, o senador disse: "eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável."

Segundo Suplicy, Mercadante deixa liderança do PT
Segundo Suplicy, Mercadante deixa liderança do PT
Foto: J. Freitas / Agência Senado

Na quarta-feira, Mercadante havia dito, após os arquivamentos dos recursos contra José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética, que a crise na Casa contaminou seu partido. Mercadante foi contra a orientação do partido e defendeu a investigação das ações contra Sarney, o que levou a insatisfação de parte da bancada e do presidente do partido, Ricardo Berzoini, com o parlamentar. Apesar disso, o PT assegurou que ele continua na liderança do partido na Casa Legislativa. Mesmo assim, ele voltou a dizer que seu cargo está à disposição.

"Ao contrário dos que estão deixando o partido, saio da liderança para disputar, junto à militância, a concepção do PT que eu acredito", complementou o parlamentar no microblog.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) já havia afirmado que Mercadante iria anunciar a saída da liderança do PT no Senado. Suplicy disse ainda que Mercadante explicará à tarde os motivos de sua saída.

O senador Flavio Arns (PR), que anunciou ontem sua saída do PT, comentou a decisão do parlamentar. "O líder Mercadante disse que está despontado com isso (posição do PT de livrar o Sarney), acha que não é o caminho correto e vai deixar a liderança para que ele volte como militante para tentar recolocar o partido nos rumos onde o partido sempre deveria ter estado", disse.

"A crise do Senado e hoje a crise da bancada do PT é de responsabilidade do senador José Sarney. Ele, se tivesse tido um gesto de grandeza, teria preservado a instituição e permitido uma apuração que seguramente ajudaria o Senado a encontrar um outro caminho", disse Mercadante.

O senador disse ainda que não iria trabalhar para se manter na liderança. Mercadante afirmou que, se qualquer outro integrante da legenda quiser se candidatar à vaga, o processo será aberto imediatamente. Ele havia dito que só não largava o cargo naquela ocasião porque não iria abandonar o partido em um momento "tão difícil".

Arquivamentos

Os senadores do Conselho de Ética engavetaram, nesta quarta-feira, por nove votos a seis, os 11 recursos contra o presidente do Senado. As 11 acusações haviam sido arquivadas sumariamente pelo presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado de Sarney. Ele alegou que todas as denúncias são baseadas em notícias de jornais e nenhum documento foi anexado para embasar a acusação. A oposição recorreu dos 11 arquivamentos e, por isso, eles foram a votação nesta quarta-feira, sendo vetados definitivamente.

Desde que assumiu o comando do Senado, José Sarney é acusado de cometer uma série de irregularidades, que incluem responsabilidade na edição dos chamados atos secretos, desvio de recursos de um patrocínio feito pela Petrobras à fundação que leva seu nome, além da prática de tráfico de influência em favor do namorado de uma neta sua. O PSDB e o Psol ajuizaram, ao todo, cinco representações contra o peemedebista. Outras seis denúncias foram protocoladas pelos senadores Arthur Virgílio e Cristovam Buarque (PDT-DF).

Fonte: Terra
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