Com caixão, estudantes pedem saída e prisão de Sarney
Laryssa Borges
Direto de Brasília
Com máscaras cirúrgicas e faixas com palavras de ordem, cerca de 60 estudantes pediram nesta tarde a saída do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Os manifestantes chegaram a pedir a prisão do parlamentar, suspeito de uma série de irregularidades, que incluem responsabilidade na edição dos chamados atos secretos, desvio de recursos de um patrocínio feito pela Petrobras à fundação que leva seu nome, além da prática de tráfico de influência em favor do namorado de uma neta sua. "Investiguem, julguem e prendam Sarney", dizia uma das faixas do protesto.
Escoltados por policiais militares, os estudantes ergueram um caixão simbolizando o presidente do Congresso e alertavam o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), de que Sarney seria "um ladrão". Instantes depois dos pedidos dos manifestantes, o colegiado arquivou todos os pedidos de investigação contra Sarney.
Alguns estudantes chegaram a levantar faixas pedindo a saída do líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), que também responde a processo no Conselho de Ética por ter contraído um empréstimo com o então diretor-geral Agaciel Maia e por ter mantido um funcionário fantasma em seu gabinete.
Aproveitando o protesto, manifestantes reiteraram pleitos históricos de entidades estudantis, reforçando, em faixas diante do Congresso, pedidos de defesa das cotas raciais em instituições de ensino superior e de políticas de ampliação do acesso a universidades.
Arquivamento
Nesta quarta-feira, os senadores da base governista votaram pelo arquivamento das 11 ações que tramitavam contra Sarney. O PT era considerado o "fiel da balança" para a decisão, já que são necessários oito votos para o desarquivamento de uma ação. A oposição conta com apenas cinco integrantes no colegiado do Conselho de Ética.
