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Política

Base aliada comemora depoimento de ex-secretária da Receita

18 ago 2009 - 13h21
(atualizado às 14h34)
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Marina Mello

Direto de Brasília

Senadores que integram a base de apoio ao governo comemoraram nesta terça-feira o depoimento da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para prestar esclarecimentos sobre seu suposto encontro com a ministra-chefe da casa Civil, Dilma Rousseff.

Ex-chefe da Receita Federal Lina Vieira reafirma no Senado que teve encontro com Dilma
Ex-chefe da Receita Federal Lina Vieira reafirma no Senado que teve encontro com Dilma
Foto: Agência Senado

Nos bastidores, lideranças governistas avaliam o depoimento de Lina como "mais uma lambança da oposição". Na visão deles, o fato de a ex-secretária ter dito que não se sentiu pressionada pela ministra, apesar de ela ter pedido para que a Receita "agilizasse" investigação do filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), comprova que, se o encontro realmente aconteceu, não foi para fazer nenhuma imposição contra Lina.

Além disso, a própria ex-secretária afirmou que a Justiça já havia reclamado da morosidade da investigação contra o filho de Sarney e pedido para que o órgão acelerasse o processo.

O líder do PMDB Renan Calheiros (AL), disse estar "muito feliz" com o depoimento de Lina e afirmou que se até a Justiça pediu para acelerar o procedimento, não haveria nada de errado no caso hipotético de a ministra fazer o mesmo.

"Uma determinação da Justiça mandando agilizar o procedimento torna desnecessário qualquer debate que tenhamos daqui pra frente porque, se já havia determinação da Justiça, por que a ministra Dilma teria que pedir a mesma coisa que a Justiça teria determinado? Isso é redundante, contraditório. É preciso se comemorar porque definitivamente encerra o assunto", disse.

Calheiros disse ainda que, quando Lina afirma que já esteve várias no Palácio do Planalto e que nem todas estas ocasiões estão marcadas em agenda, ela derruba a possibilidade levantada pela oposição de requerer as gravações do circuito interno de segurança para saber se houve o encontro.

"A expectativa que a oposição criou em comentar este encontro, com câmera e imagem de garagem, não tem sentido nenhum porque a secretária esteve no Palácio em várias oportunidades. Certamente teremos gravações das várias oportunidades", disse.

O líder Romero Jucá (PMDB-RR) avalia que, se ela recebeu esse pedido de Dilma e não comunicou a seu superior o ministro da fazenda Guido Mantega, é uma prova de que isso não ocorreu. "Se ela, como profissional exemplar, não denunciou é porque ela mesma achou que não teve nada", afirmou.

Provas

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) cobrou da ex-secretária a agenda, o dia e a hora do encontro que ela afirma ter tido com a ministra. A resposta de que o encontro foi reservado e, por isso, não constou desua agenda ou a da ministra foi usado pelos governistas para dar andamento a essa estratégia. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), partiu para o discurso deesvaziamento do assunto.

O líderda base do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), adotou a postura dedesconstruir a versão apresentada por Lina Vieira na Comissãode Constituição e Justiça (CCJ). Ao contrárioda ex-secretária, que informou que teve no máximo trêsreuniões com a ministra, o líder citou ao menos seisencontros. Alguns com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva eo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

LinaVieira ressaltou que as reuniões agendadas oficialmente com aministra foram no máximo três e que nas demais,relatadas por Mercadante, ela simplesmente assessorou o ministro daFazenda, Guido Mantega.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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