PMDB começa ofensiva contra opositores de Sarney
Keila Santana
Direto de Brasília
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), confirmou nesta quinta-feira que vai ao Conselho de Ética contra o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), numa denúncia por quebra de decoro parlamentar. Renan nega que seja um ataque pessoal.
Segundo o parlamentar, trata-se de uma decisão do partido de cobrar investigação sobre todos os envolvidos em atos irregulares na crise do Senado. "Desde que o PSDB transformou as reclamações do senador Arthur Virgílio em representações, isso partidarizou a questão e, portanto, exige comportamento igual do PMDB. Foi uma insensatez apresentar esse número de denúncias. São fatos repetidos, mais do mesmo", disse Renan.
A representação contra o tucano deve ser apresentada na próxima terça-feira. Antes, os técnicos do PMDB vão analisar se separam os pedidos de processo ou entregam apenas um documento, segundo Renan Calheiros. "Nós vamos avaliar o que é melhor. O PMDB não quer uma guerra de representação. Quer que se faça justiça. É apenas reciprocidade", enfatizou.
O líder do PSDB é acusado de empregar um funcionário fantasma no gabinete. O assessor estava morando na Espanha e recebia salário do Senado.
Outra acusação contra Arthur Virgílio é de ter recebido um empréstimo de US$ 10 mil do ex-diretor geral Agaciel Maia para pagar uma conta de hotel em 2003, em Paris. O tucano também teria usado dinheiro do Senado para pagar R$ 723 mil no tratamento de saúde da mãe dele, quando o limite permitido é de R$ 30 mil.