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Família de brasileiro que sumiu na África pede ajuda pela web

Família de brasileiro desaparecido pede helicóptero pela web

26 jul 2009 - 22h53
(atualizado às 23h30)
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Um helicóptero e um grupo de 60 homens trabalham na busca do brasileiro Gabriel Buchman, desaparecido há 10 dias no monte Mulanje, no Malaui, na África, mas ainda não há pistas do seu paradeiro. O economista de 28 anos fazia uma viagem pelo mundo para estudar a pobreza e encontrar formas de diminuir a desigualdade mundial. A família ainda tem esperanças de encontrá-lo vivo, pois a mochila e o passaporte do brasileiro foram encontrados essa semana.

Amigos e parentes de Buchman pedem ajuda por meio da internet para conseguir mais um helicóptero que auxilie nas buscas. Eles trabalham com a hipótese de o economista ter se machucado e estar perdido em algum lugar do monte.

"Em 1994, um malauiano passou três semanas sozinho no monte, e foi encontrado numa trilha após ter desmaiado de fome. Houve ainda outros casos de resgate", lembra a estudante Amanda Buchmann, prima de Buchman.

O brasileiro foi visto pela última vez na sexta-feira, dia 17 de julho, quando se preparava para a subida final ao pico Sapitwa. Buchman teria dispensado seu guia na última etapa da subida, entre os 2 mil e os 3 mil m. Ao ver que o brasileiro não havia retornado ao acampamento no tempo previsto, o guia Lewis Maudzu comunicou seu desaparecimento a outros turistas. De acordo com o site africano Afriquejet, a situação preocupa autoridades locais já que, quando se perdeu, o brasileiro vestia apenas uma camiseta para se proteger do frio e levava biscoitos para comer.

O pico Sapitwa é o maior da África Central. Na língua local, seu nome significa "área proibida". Há várias lendas envolvendo o pico - nativos acreditam que espíritos capturam as pessoas que subiam ao topo. Em 2003, a enfermeira holandesa Linda Plonk desapareceu no Sapitwa e nunca mais foi encontrada. Na última semana, a região sofreu com fortes chuvas e ventos, o que dificultou as buscas. A família analisa a possibilidade de mandar uma equipe de resgate de fora do país - há voluntários ao redor do mundo, mas existem custos operacionais a serem cobertos. No fim de semana, a equipe de busca por terra se reduziu para 20 pessoas. Os malauianos estão cansados e precisam de substitutos.

Ao longo do último ano, Buchman viajou por dezenas de países na Ásia, Oriente Médio e África, com poucos recursos, a base de carona e com a ajuda de locais. "Sua intenção era conhecer de perto a pobreza, a injustiça dos homens contra a natureza e contra seus semelhantes. Essa seria sua preparação para o doutorado em economia da pobreza, na Universidade da Califórnia", diz Amanda.

Na faculdade, Buchman embarcou num avião do correio aéreo nacional para a Amazônia, onde subiu o pico da Neblina e conviveu com as comunidades pobres locais. Passou meses no sertão nordestino, onde fazia questão de ir às cidades mais pobres e se hospedar na casa de pessoas humildes. O Malaui era o último país que iria visitar. Nesta segunda-feira estaria com viagem marcada de volta ao Rio.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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