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Política

Gravações de filho de Sarney foram 'mutiladas', diz advogado

22 jul 2009 - 19h22
(atualizado às 20h52)
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Keila Santana

Direto de Brasília

O advogado do empresário Fernando Sarney, Eduardo Ferrão, divulgou nota nesta quarta-feira afirmando que as gravações envolvendo seu cliente, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foram uma "divulgação mutilada" de longas conversas. Segundo Ferrão, o vazamento das interceptações feitas pela Polícia Federal é ilegal, porque se trata de processo que corre sob segredo de Justiça. Ele disse ainda que tomará medidas legais para evitar a divulgação de áudios.

O jornal O Estado de S. Paulo divulgou gravações nesta quarta-feira de conversas entre Maria Beatriz Sarney, neta de José Sarney, e o pai dela, Fernando Sarney. No áudio, Maria Beatriz intercede junto ao pai para que seu namorado ocupe uma vaga no Senado. A contratação teria sido intermediada pelo então diretor-geral do Senado Agaciel Maia e foi feita por ato secreto. As gravações foram feitas pela Polícia Federal durante a Operação Boi Barrica, que indiciou Fernando Sarney no último dia 15.

"O inquérito, do qual foram retirados os diálogos divulgados pela imprensa, tramita sob segredo de Justiça por força de lei, cuja inobservância, esta sim, constitui conduta criminosa. Sua propagação por meio da internet e outros órgãos de imprensa constitui flagrante e inaceitável atentado a garantias estampadas na Constituição Federal", diz Eduardo Ferrão na nota.

O advogado diz ainda que as gravações foram publicadas em trechos que não indicam nenhum ato ilícito. "No caso, trata-se da divulgação mutilada de trechos de longas conversas telefônicas mantidas entre familiares, as quais não revelam a prática de qualquer ato ilícito", afirmou.

A nota de Eduardo Ferrão nega que as conversas entre Fernando Sarney, a filha dele e o presidente do Senado não provam interferência da família em contratações na Casa.

A assessoria de Sarney informou apenas que o senador está "incomunicável" no Maranhão. Desde que assumiu a presidência do Senado, o peemedebista tem sido alvo de denúnicias.

Segundo o Jornal Nacional, o Estado de S. Paulo afirma que as gravações das conversas não foram alteradas.

Leia a nota na íntegra:

"Ante a divulgação de gravações de conversas estritamente privadas, sem qualquer conotação de ilicitudes, entre o Sr. FERNANDO SARNEY, seus filhos e seu pai, cumpre esclarecer:

a) O Inquérito, do qual foram retirados os diálogos divulgados pela imprensa, tramita sob segredo de justiça por força de lei, cuja inobservância, esta sim, constitui conduta criminosa;

b) Sua propagação por meio da Internet e outros órgãos de imprensa constitui flagrante e inaceitável atentado a garantias estampadas na Constituição Federal;

c) No caso, trata-se da divulgação mutilada de trechos de longas conversas telefônicas mantidas entre familiares, as quais não revelam a prática de qualquer ato ilícito;

d) Diante da lamentável quebra da privacidade a que todo o cidadão faz jus, todas as medidas legais para a preservação dos direitos do Sr. FERNANDO SARNEY e responsabilização dos infratores da lei serão tomadas oportunamente.

e) A defesa dos ofendidos reitera, por fim, sua confiança na serenidade e discernimento das instituições do País em relação à matéria. 22 de julho de 2009.

Eduardo Antônio Lucho Ferrão

Com informações da Reuters.

Fonte: Especial para Terra
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