Sarney deixa Plenário durante discurso de tucano por licença
Marina Mello
Direto de Brasília
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deixou a sessão plenária no meio de um discurso do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), na tarde desta quinta-feira. Virgílio havia anunciado mais cedo que iria pedir para órgãos como o Conselho de Ética e o Ministério Público investigarem a nova denúncia contra o presidente da Casa e a Fundação José Sarney.
Virgílio se posicionou no microfone para fazer seu discurso criticando o fato de Sarney continuar sendo alvo de denúncias e não se afastar do cargo quando o presidente se levantou e se retirou do Plenário sem nada dizer. "Foi estranho. Ele disse que tinha um compromisso, que já tinha dado as explicações, mas foi muito esquisito", disse o líder tucano. "Prefiro acreditar que ele realmente tinha um compromisso."
Minutos antes, Sarney havia comentado a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que traz a denúncia de que a Fundação José Sarney em São Luís (MA) teria recebido R$ 1,3 milhão da Petrobras e repassado parte do dinheiro a empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios na capital maranhense.
As explicações dadas pelo presidente foram as mesmas ditas em uma nota distribuída mais cedo, de que apesar de ter dado seu nome à fundação ele nada tem a ver com a parte administrativa da entidade. "Não tenho nenhuma responsabilidade administrativa sobre aquela fundação. Houve um projeto aprovado pela Lei Rouanet como outros memoriais de presidente também tiveram", disse. "A prestação de contas foi encaminhada ao Ministério da Cultura e cabe ao Tribunal de Contas verificar qualquer irregularidade."
O líder tucano garantiu que amanhã vai protocolar uma representação no MPF pedindo para que a denúncia seja apurada.
