PUBLICIDADE

Política

Servidores protocolam pedido de impeachment de Yeda

8 jul 2009 - 16h15
(atualizado às 18h16)
Compartilhar

Fabiana Leal

Direto de Porto Alegre

O Fórum dos Servidores Públicos do Estado (FSPE-RS) protocolou, no início da tarde desta quarta-feira, o pedido de impeachment da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB). O pedido tem como base o conjunto de denúncias de corrupção que envolve o governo do Estado. A presidente do Cepers-Sindicato, Rejane de Oliveira, entregou o documento ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan (PT), em nome dos integrantes do Fórum.

"O presidente nos disse que vai dar encaminhamento imediato ao pedido, dentro dos trâmites legais da Assembleia. Ele disse que hoje mesmo daria esse encaminhamento", afirmou Rejane. O documento será enviado pelo presidente da Assembleia para a Procuradoria da Casa para apreciação.

A presidente do Cpers disse que também foram anexados ao pedido de impeachment documentos com um histórico das denúncias envolvendo o governo Yeda. "Esperamos que a Assembleia cumpra seu papel. Não é possível que a casa continue dentro da normalidade, tendo o Estado dirigido por uma governadora envolvida em denúncias de corrupção", disse Rejane.

Denúncias
Gravações divulgadas pela revista Veja em maio haviam apontado conversas entre Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora, e o empresário Lair Ferst, coordenador de campanha do PSDB em 2006. Cavalcante morreu em fevereiro em Brasília. Seu corpo foi encontrado no lago Paranoá e a polícia trabalha com a hipótese de suicídio. O ex-assessor era investigado como suspeito de participação na fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran-RS. O áudio indicaria o uso de caixa dois na campanha de Yeda para o governo do Estado.

Em fevereiro, representantes do Psol no Rio Grande do Sul levantaram nove suspeitas contra o governo Yeda. Os membros do partido não apresentaram provas, mas garantiram que áudios, vídeos e depoimentos, que estariam sendo analisados pelo Ministério Público Federal (MPF), apontariam que há uma "quadrilha" dentro do Palácio Piratini, que se utilizou de caixa dois para chegar ao poder e que utiliza verbas públicas para satisfazer interesses particulares. A força-tarefa do MPF responsável pela Operação Rodin, que apurou as fraudes no Detran, no entanto, negou as informações.

No dia 6 de julho, reportagem do jornal Zero Hora, apontou que Lair Ferst encaminhou ao MPF um documento detalhando 20 supostas irregularidades que teriam sido cometidas na campanha e no início do governo de Yeda. As denúncias teriam sido encaminhadas pelo procurador Alexandre Schneider ao então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza.

Ferst teria confirmado a existência de caixa dois na campanha da governadora. O dinheiro não contabilizado seria recebido por Marcelo Cavalcante. O marido da governadora, segundo o relato de Ferst, era avisado da chegada de doações e buscava o dinheiro no comitê. O advogado de Lair disse que desconhece a ação que a Procuradoria está promovendo.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade