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Mais de 4 mil refugiados moram no Brasil, considerado acolhedor

20 jun 2009 - 10h38
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O Brasil tem 4.131 refugiados de 72 países, segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). Sessenta e sete por cento são africanos, especialmente angolanos, que formam 42,1%da população de refugiados.

Os laços históricos e aidentidade cultural entre Brasil e Angola, especialmente a línguaportuguesa, foram a causa principal de os refugiados cruzarem oAtlântico e se fixarem no Brasil durante a guerra civil que duroumais de um quarto de século. O número de refugiados angolanos estáestacionado. Desde a pacificação do país, no início da década,não há movimento significativo de repatriação.

"Osangolanos que estão no Brasil conseguiram se integrar no país,constituíram família, casaram com brasileiros, têm filhos,atividade econômica e optaram, de vontade própria, por permanecer",conta Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Alto Comissariado dasNações Unidas para Refugiados (Acnur)

O número de refugiados que mais cresce no Brasil é o de origem colombiana. Em 1º de junho, eles eram 551 (13,4%). Além dos grupos de angolanos e colombianos, oConare destaca a presença de 356 pessoas da República Democráticado Congo, 259 da Libéria e 188 do Iraque.

A atração pelo Brasil se dá emrazão da diversidade da formação cultural  e da hospitalidade. "Os refugiados são unânimes em dizer queo brasileiro acolhe bem o imigrante. O Brasil convive bem comdiversas culturas diferentes da nossa", assinala Luiz Paulo TelesFerreira Barreto, secretário executivo do Ministério da Justiça,que preside o Conare. "Se esse refugiado vêm de um grupo socialdiferente, ele se integra muito facilmente", acredita

"Paísmais aberto e multicultural facilita a integração", concorda LuizFernando Godinho, que atribui à sociabilidade e à cultura tantaimportância quanto o dinamismo da economia. De acordo com UbaldoSteri, diretor da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo (ligada àIgreja Católica), o Brasil é considerado um país "quaseexemplar" no tratamento aos refugiados e tem uma legislaçãoprogressista. "O país não tem atitude de hostilidade",acrescenta.

Segundo Steri, desde a década de1950 (após 2ª Guerra Mundial), o país recebe refugiados. A exceçãoocorreu durante os 21 anos de regime militar (1964-1985), de"violência generalizada" no continente sul-americano, quando oBrasil se fechou inclusive para refugiados Argentinos, Uruguaios,Chilenos e Paraguaios.

Conforme legislação brasileira,são acolhidos no Brasil como refugiados os estrangeiros quesolicitar a migração o reconhecimento do refúgio devido a perda danacionalidade, violações de direitos humanos, e perseguições pormotivos políticos, religiosos, étnicos e sociais. Pessoasconsideradas perigosas não podem obter refúgio no Brasil.

Agência Brasil Agência Brasil
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