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Política

Deputado do castelo pede DEM fora de seu julgamento

20 mai 2009 - 17h17
(atualizado às 18h12)
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Marina Mello

Direto de Brasília

O deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) apresentou um requerimento de suspeição nesta quarta-feira ao Conselho de Ética pedindo para que os deputados do DEM, que integram o colegiado, sejam excluídos do julgamento do processo contra ele. No requerimento, Moreira questiona a falta de isenção que membros de seu ex-partido teriam ao julgá-lo, tendo em vista que as acusações começaram quando ele se lançou como candidato à Corregedoria da Câmara (2ª vice-presidência), mesmo sabendo que o candidato oficial do DEM era o deputado Vic Pires.

O deputado Edmar Moreira chorou ao fazer a sua defesa no Conselho de Ética
O deputado Edmar Moreira chorou ao fazer a sua defesa no Conselho de Ética
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Moreira responde a um processo por quebra de decoro parlamentar por ter supostamente usado de forma irregular a verba indenizatória paga a parlamentares. Ele teria usado os recursos para contratar serviços de empresas que pertencem à família dele. Durante sua defesa, o deputado criticou o corregedor da Câmara, ACM Neto (DEM-BA), que instaurou as investigações contra ele.

Edmar Moreira afirmou que, como venceu Vic Pires na disputa, acabou se tornando alvo de perseguição do partido, em especial do deputado ACM Neto (DEM-BA), que era líder da legenda na época. Para Edmar, a derrota de Vic "manchou" a liderança de ACM. "A eleição manchou sua liderança (do ACM). 'Isso não vai ficar assim'", disse ele, referindo-se a uma suposta afirmação de ACM Neto.

Edmar culpa ACM Neto por sua desfiliação e a de seu filho, Leonardo Moreira, que é deputado estadual em Minas Gerais. "Inúmeros perceberam seu ânimo de vingança. Prova disso foi a desfiliação minha e de meu filho, deputado estadual em MG", afirmou.

O presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou que o requerimento de Edmar Moreira não será julgado porque o regimento da Casa não prevê esse tipo de mecanismo. Ele ressaltou, no entanto, que o pedido será anexado a sua defesa.

Em pronunciamento no Plenário, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que Edmar Moreira deveria se defender com provas e não com "acusações infundadas". "Se ele quer trazer respostas as acusações, deveria vir com argumentos, provas, e não com acusações infundadas sobre o corregedor, sobre os funcionários da corregedoria, (...) como se tivessem eles montado e elaborado provas contra o deputado", disse.

Sessão é adiada

A sessão do Conselho de Ética foi suspensa e adiada para a próxima terça-feira. Edmar Moreira afirmou que não deverá comparecer, porque a sua expectativa era de que hoje toda a questão fosse "exaurida".

"Não tenho mais nada a acrescentar e mais nada a retirar", disse Edmar. O presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou que o caso seguirá da mesma forma com ou sem a presença dele. "Se não vier, o único prejudicado será o deputado Edmar", disse.

O presidente evitou manifestar opinião sobre o andamento do processo. "Agora só cabe ao relator, não se pode julgar nada agora, nós vamos votar o relatório dele, todos vão decidir", afirmou.

O caso do castelo

Conhecido após a acusação de não ter declarado um castelo avaliado em R$ 25 milhões (que ele afirmou estar no nome dos filhos), Moreira é investigado no Conselho de Ética da Câmara pelo uso irregular de verba indenizatória. Ele nega a acusação.

"Qual foi o erro em querer levar para a minha cidade de origem um empreendimento que iria - e ainda irá - gerar emprego para a região? O castelo poderia ter formato de um iglu, piramidal, mas foi um castelo porque assim decidiram os arquitetos e engenheiros que o fizeram", afirmou Moraes ao se defender.

Fonte: Terra
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