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Polícia

Após prisão, "Batman" é apresentado na Polícia Civil

14 mai 2009 - 11h27
(atualizado às 16h28)
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Anderson Ramos e Daniel Gonçalves

Direto do Rio de Janeiro

O ex-policial militar Ricardo da Cruz Teixeira, o Batman, foragido do sistema penitenciário desde outubro do ano passado, e preso na noite desta quarta-feira, foi apresentado às 10 horas da manhã desta quinta-feira, na sede da Polícia Civil. Ele é acusado de ser líder de uma milícia no Rio de Janeiro.

O ex-policial militar, que deixou o presídio Bangu 8 pela porta da frente, sorria enquanto policiais mostravam armamentos apreendidos na casa onde o miliciano estava, em Paciência. Batman também cumprimentou seu advogado e fez sinal de positivo.

Os policiais apreenderam duas pistolas, dois fuzis 762, 22 carregadores, quatro granadas no interior da residencia do criminoso. O secretario estadual de segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que a prisão do miliciano é o resultado de um longo trabalho da Polícia Civi. "Após sete longos dias de investigação e de muito profissionalismo, (a polícia) conseguiu recapturar esse cidadão. A gente prefere mostrar o trabalho do que prometer".

A prisão

O suposto miliciano era monitorado desde terça-feira por policiais em viaturas descaracterizadas próximas do esconderijo. Ele chegou em casa, na rua Jana Morone Barbosa, na favela do Gouveia, em Paciência, às 21h20. O helicóptero da Polícia Civil foi acionado e a operação para prendê-lo teve início. Participaram da captura 21 agentes e três delegados. Os policiais colocaram um GPS na residência do suposto miliciano para que o helicóptero da polícia encontrasse o local com mais rapidez.

"Os policiais jogaram o feixe de luz em cima da casa e anunciaram que ele estava cercado. A mulher dele logo saiu e avisou que ele se entregaria, o que aconteceu pouco tempo depois", contou o chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski.

Segundo os policiais, a mulher de Batman pediu a eles que não o matassem. O criminoso foi surpreendido de bermuda e sem camisa. Ele não resistiu à prisão e deixou a casa com as mãos para cima e se deitou no chão. A empregada do casal também estava lá. Os policiais contaram que a residência é semelhante a um caixote - com muros altos, lembrando um bunker.

Turnowski afirmou ainda que, no momento da prisão, Batman agradeceu por ser detido pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Segundo o miliciano, a instituição tem lisura. O chefe da Polícia Civil disse ainda que a polícia está preparada para uma possível guerra na zona oeste após a prisão de Batman.

Polícia em alerta contra guerra

Com a prisão de Batman, a polícia acredita que a violência possa aumentar na zona oeste da capital fluminense devido uma possível guerra entre o grupo miliciano conhecido como Liga da Justiça e um grupo liderado pelo ex-PM Francisco César Silva de Oliveira, o Chico Bala.

O chefe da Policia Civil acredita que o material apreendido demonstra que o suposto miliciano estava preparado para cometer crimes. "Quem tem esse tipo de armamento está preparado para uma guerra. Foram apreendidos vários documentos, que serão analisados futuramente".

Em fevereiro, o Disque-Denúncia aumentou de R$ 2 mil para R$ 10 mil a recompensa pela prisão de Batman. De acordo com as investigações, a Liga da Justiça é chefiada pelos políticos e irmãos Natalino e Jerônimo Guimarães, o Jerominho, presos em Campo Grande (MS) desde novembro.

Beltrame prometeu dar satiisfações sobre a fuga do prisioneiro no fim do ano passado assim que tudo estiver esclarecido. Ele garantiu ainda que Batman será transferido para uma prisao federal, possivelmente a de Catanduvas, no Paraná. "A policia está fazendo o que nunca foi feito antes. Quando que a policia prendeu um deputado e um vereador?", perguntou o secretário.

Com informações do portal O Dia

Fonte: Especial para Terra
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