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Polícia

Secretário: casal foi morto por neonazistas por motivo banal

2 mai 2009 - 20h31
(atualizado às 21h57)
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O secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, declarou neste sábado que o assassinato de um casal de namorados, mortos por supostos neonazistas no dia 21 de abril, foi planejado e teve motivação fútil. Segundo o delegado Miguel Stadler, as mortes estão vinculadas a uma disputa da liderança do movimento dos neonazistas no Brasil, que tem como fundamento a segregação e discriminação de raças tidas por eles como inferiores.

Seis pessoas foram presas acusadas de matar um casal após uma festa neonazista
Seis pessoas foram presas acusadas de matar um casal após uma festa neonazista
Foto: Osvaldo Ribeiro/Sesp / Divulgação

"Eles assassinaram premeditadamente e friamente dois jovens por motivos incrivelmente banais. Esta não é a primeira vez que a polícia do Paraná se depara com criminosos envolvidos com movimentos violentos e discriminatórios", declarou o secretário.

O economista Ricardo Barollo, 34 anos, e outras cinco pessoas acusadas de participar - direta e indiretamente - do assassinato em Quatro Barras (PR), na região metropolitana de Curitiba, foram apresentadas neste sábado, após serem presas em uma operação policial com 40 integrantes em três Estados.

Além de Ricardo, acusado de ser o mandante da morte, foram presos Jairo Maciel Fischer, 21 anos; Rodrigo Mota, 19 anos; Gustavo Wendler, 21 anos; Rosana Almeida, 22 anos, e João Guilherme Correa, 18 anos, numa força-tarefa que envolveu o Grupo Garra de São Paulo e as polícia civis de Joinville (SC), Laguna (SC) e do Rio Grande do Sul. Na ação conjunta, outros 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, resultando na apreensão de material de apologia ao nazismo.

Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e Renata Waeschter Ferreira, 21 anos, foram mortosa tiros na madrugada do dia 21 de abril, quando teriam participado, junto com Ricardo, de uma festa em comemoração ao 120º aniversário do líder nazista Adolf Hitler. De acordo com a polícia, os presos vão responder por homicídio qualificado e por formação de quadrilha e podem ser condenados a até 72 anos de prisão.

"Bernardo era líder do movimento no Paraná. Ele e Renata foram assassinados por pessoas que faziam parte do mesmo grupo e divergiam, especialmente de Bernardo, em algumas questões, e não os queriam mais no poder", afirmou Stadler.

A morte do casal teria sido planejada pelos seis detidos. "Barollo seria a mandante do crime, já que em 2007, Bernardo se separou do movimento liderado por Barollo em todo o Brasil por conta de desentendimentos e agora Barollo queria colocar um novo líder no Paraná para retomar o controle", explicou o delegado Francisco Caricati.

Fonte: Terra
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