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Política

Estou certa de que vou superar essa doença, diz Dilma ao confirmar câncer

25 abr 2009 - 13h40
(atualizado às 16h25)
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Hermano Freitas

Direto de São Paulo

Ao confirmar que está em tratamento por causa de um linfoma, um tipo de câncer com origem no sistema linfático, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, 61 anos, disse em entrevista coletiva neste sábado que "está certa que conseguirá superar" o problema de saúde, sem precisar reduzir o seu ritmo de trabalho. O tratamento com quimioterapia deverá durar quatro meses, segundo a equipe médica do hospital Sírio-Libanês.

Em SP, Dilma Rousseff confirma câncer linfático:

"Vou manter minhas atividades no mesmo ritmo. Não há uma incompatibilidade entre o trabalho e o tratamento. Não implica que tenha que deixar de fazer as atividades. Pelo contrário, será um fator para me impulsionar", disse. "Tenho certeza de que vou superar essa doença. Aliás, nós, brasileiros, temos esse hábito de sermos capazes de enfrentar obstáculos, transpô-los e sair inteiro do lado de lá", falou.

Segundo os médicos, como o linfoma está em estado inicial, o tratamento não é considerado agressivo. Há cerca de duas semanas, Dilma foi submetida a uma cirurgia para retirada do tumor de cerca de 2 centímetros embaixo da axila direira e colocou um cateter de longa permanência chamado "porth cath" para facilitar a quimioteria. De acordo com a ministra, o nódulo foi detectado há cerca de 30 dias.

Nos próximos quatro meses, Dilma vai ser submetida a sessões de quatro horas de tratamento quimioterápico e passará por exames periódicos. Nesse intervalo de tempo ela poderá continuar trabalhando. "Não existe uma regra de repouso", disse a oncologista Yana Novis, que acompanhou a ministra durante a coletiva. Perguntada se tem receio de perder o cabelo por causa do tratamento, a ministra disse que não estava certa de que isso iria acontecer. "Nem todo mundo perde o cabelo durante o tratamento, depende de cada um", disse Dilma.

Cotada para ser a candidata do PT na disputa presidencial de 2010, inclusive com o apoio aberto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra conversou com a imprensa acompanhada do seu cardiologista, o médico Roberto Kalil. Mas ela preferiu não falar sobre sucessão. "Em uma entrevista em Brasília disse que não respondia essa questão nem amarrada", falou Dilma. "Continuo não respondendo nem amarrada", afirmou.

Em outubro de 2007, a ministra permaneceu internada por três dias no Sírio-Libanês para tratamento de diverticulite aguda.

Sobre o linfoma

O linfoma é uma forma de câncer que tem origem nos gânglios linfáticos, que atuam no sistema imunológico do organismo combatendo infecções (vírus, fungos e bactérias) e o próprio câncer (células tumorais). Os linfomas geralmente atacam os tecidos de órgãos como estômago ou intestino, por exemplo, e também a medula óssea e o sangue.

Existem dois tipos de linfoma: o de Hodgkin e o não-Hodgkin. Para o linfoma de Hodgkin, o tratamento mais comum é a poliquimioterapia com ou sem radioterapia. Quando há o retorno da doença, são disponíveis alternativas, dependendo da forma do tratamento inicial empregado. As opções mais utilizadas são o emprego de poliquimioterapia e do transplante de medula.

Já nos casos não-Hodgkin, a maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, radioterapia ou ambos. A imunoterapia pode ser incorporada ao tratamento, incluindo anticorpos monoclonais e citoquinas, isoladamente ou associados à quimioterapia.

A quimioterapia consiste na combinação de duas ou mais drogas, de acordo com o tipo de linfoma não-Hodgkin. A radioterapia é usada, em geral, para reduzir a carga tumoral em locais específicos, aliviar sintomas ou também para consolidar o tratamento quimioterápico, diminuindo as chances de recaída.

Para linfomas com maior risco de invasão do sistema nervoso (cérebro e medula espinhal), faz-se terapia preventiva, consistindo de injeção de drogas quimioterápicas diretamente no líquido cérebro-espinhal, e/ou radioterapia que envolva cérebro e medula espinhal.

Fonte: Terra
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