Mendes não comenta afastamento de Protógenes da PF
Laryssa Borges
Direto de Brasília
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, se recusou a comentar nesta terça-feira o afastamento do delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, enquanto não for concluído inquérito que apura sua participação em um comício no interior de Minas Gerais.
O magistrado, responsável por determinar a soltura do banqueiro Daniel Dantas, preso na Operação Satiagraha, disse que não emitiria juízo sobre a saída temporária do policial dos quadros da PF.
Mendes, que chegou a cobrar pessoalmente uma postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após supostamente ter tido ligações telefônicas monitoradas irregularmente por funcionários a serviço de Protógenes, também evitou emitir opinião sobre as declarações do delegado de que a Satiagraha foi feita a pedido do Palácio do Planalto e tratada como "uma missão presidencial". "Não falo sobre essa questão", disse Gilmar Mendes.
Em entrevista ao Jornal do Brasil nesta terça, Protógenes Queiroz afirmou que a Operação Satiagraha "foi, sim, uma missão presidencial". Protógenes disse ter ouvido de seu antigo chefe, o delegado Paulo Lacerda, ex-diretor da Polícia Federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que a investigação em torno do dono do banco Opportunity, Daniel Dantas, era do interesse do Palácio do Planalto e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.