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Entenda o caso do suposto ataque a brasileira na Suíça

13 fev 2009 - 21h14
(atualizado em 20/2/2009 às 00h14)
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A advogada Paula Oliveira, 26 anos, comunicou, na manhã do dia 10 de fevereiro, ao consulado do Brasil em Zurique, na Suíça, que foi agredida por um bando de skinheads na noite do dia 9. Ela contou que três homens brancos, de cabelos raspados, a abordaram na saída de um trem em Dubendorf, cidade próxima a Zurique. Paula disse ter sido espancada e sofrido cortes no corpo. A brasileira afirmou ainda que estava grávida de gêmeos e que a agressão a fez abortar os bebês.

No corpo da jovem, estava escrito, com marcas que podem ser de um estilete, SVP, mesma sigla do Partido do Povo da Suíça, também chamado de UDC (União Democrática de Centro), na sigla francesa. O partido se posiciona de forma contrária às políticas que favorecem estrangeiros. O SVP negou ter qualquer ligação com a agressão e pediu a punição dos responsáveis.

No dia 12 de fevereiro, o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, afirmou que o suposto ataque indica uma provável aversão a estrangeiros no país. Amorim não quis comentar que medidas seriam tomadas caso fosse constatado crime de xenofobia e disse que o governo brasileiro só trabalharia com a possibilidade de busca de punições depois de término das apurações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou o caso e disse que o governo brasileiro não pode aceitar e nem ficar calado diante da agressão. Lula afirmou que o caso da brasileira deve ser conduzido de forma sigilosa.

No dia 13 de fevereiro, o diretor do Instituto de Medicina Forense da Universidade de Zurique, Walter Bär, afirmou em entrevista coletiva que, a partir de exames de legistas e ginecologistas, sua conclusão é de que a brasileira não estava grávida e teria ela mesma feito os ferimentos em seu corpo. "Constatamos que os corte encontrados no corpo dela foram realizados em locais que podem ser alcançados por ela mesma", afirmou Bär. "Além disso, as partes mais sensíveis do corpo feminino, como genitais e seios, não foram atingidos pelos ferimentos", acrescentou. "Minha conclusão é que ela mesma fez os ferimentos."

Na mesma noite, a Embaixada da Suíça no Brasil confirmou, por meio de nota, que os exames médicos realizados pelo Hospital Universitário de Zurique comprovaram que a advogada não estava grávida no momento do incidente.

Em 18 de fevereiro, a Promotoria Pública de Zurique anunciou que Paula foi indiciada "por suspeita de induzir as autoridades ao erro", passando a ficar proibida de deixar o país europeu. Um dia depois, a promotoria confirmou que a brasileira admitiu ter feito declarações falsas quando disse ter sido atacada e ter pedido os gêmeos dos quais afirmava estar grávida.

Fonte: Redação Terra
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