FAB avalia peso de vítimas para apurar queda de avião no AM
Marina Mello
Direto de Brasília
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou neste domingo que vai utilizar informações sobre o peso dos passageiros que estavam na aeronave que caiu ontem no Amazonas para saber se foi o excesso de peso que causou o acidente no qual 24 morreram. Um médico da Aeronáutica está no IML para fazer a avaliação do peso de cada vitima.
A aeronave, que havia partido do município de Coari, a 365 km de Manaus, caiu no rio Manacapuru cerca de 20 minutos antes de pousar na capital do Estado, matando 24 das 28 pessoas a bordo.
De acordo com o vice-chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), coronel Fernando Camargo, a Aeronáutica aguarda informações que estão sendo coletadas pelo Instituto Médico Legal (IML) da região para depois calcular se o acidente foi causado pelo excesso de peso.
"Já sabiam que havia passageiros a mais, agora, o que limita é o peso e não o número de pessoas. Temos um médico junto ao IML fazendo avaliação do peso de cada vitima e, com base nisso, a gente vai tentar compor o peso geral que estava na aeronave para daí demandar uma investigação mais específica", explicou. "O número excessivo de passageiros por si só não vai determinar uma limitação na operação de investigação".
Mesmo assim, o coronel ressaltou que a investigação se encontra em fase inicial é que é prematuro se buscar qualquer tipo de hipótese para explicar a tragédia. Camargo lembrou que os acidentes aéreos geralmente são causados por um conjunto de fatores e não por um motivo isolado. "Nesse começo a gente tem que tentar coletar informações e preservar os indícios. (...) Sempre são fatores que se somam e acabam permitindo a investigação completa", afirmou.
De acordo com ele, o Cenipa fornece apoio nesta fase inicial, mas quem vai comandar a investigação será algum representante do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 7). Camargo esclareceu que não existe um prazo para que apuração seja concluída e acrescentou que a média internacional de conclusão de uma investigação como essa é de até 18 meses.
Questionado sobre uma suposta confirmação de o acidente ter sido mesmo causado pelo excesso de peso na aeronave, o coronel Camargo preferiu não polemizar sobre qual órgão do governo seria o responsável por fiscalizar a situação, impedindo que o avião decolasse com peso inapropriado. "Estamos num momento assim tão inicial da investigação que fica complicado comentar. Cada órgão tem o seu papel", disse.
Em nota divulgada na tarde deste domingo, o Comando da Aeronáutica informou que o iniciou ainda no sábado a apuração das causas do acidente. Três técnicos da Aeronáutica foram para Manaus para auxiliar no trabalho de investigação.
Na nota, a Aeronáutica confirmou "a perda repentina de contato radar e de comunicações com a aeronave por volta das 16h". "A partir deste momento, o SALVAERO Amazônico imediatamente iniciou e coordenou as atividades de busca pelo avião", informou o brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, chefe do centro de comunicação social da Aeronáutica.
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